Economia

Devo entrar em um consórcio durante a pandemia? Entenda os prós e os contras

Banco Central implementa medidas temporárias para impulsionar a criação de consórcios

Com a pandemia da COVID-19, vários setores da economia estão ameaçando parar ou adotaram novas estratégias para atrair o público, como é o caso da disponibilização de novas condições de linha de crédito. Porém, nem sempre é fácil adquirir um imóvel por meio das modalidades bancárias, por exemplo. Nesse caso, o consórcio é uma boa opção?

Esse é um tipo de crédito em que há a reunião de pessoas ou empresas em um grupo, que possui a intenção de conseguir bens e serviços, como automóveis e casas. Promovidos por uma administradora, os integrantes dessa operação precisam pagar mensalidades, determinadas em contrato.

O objetivo dessa modalidade de crédito é que todos os participantes “ganhem” o bem ou o serviço determinado no início do consórcio. O sorteio é feito mensalmente, tornando-se uma maneira de conquistar o benefício almejado de forma rápida e segura.

Em 2019, o setor de consórcios estava em crescimento com a porcentagem de novas adesões em quase 15%, segundo a Associação Brasileira de Administradoras (Abac). Porém, com a pandemia do coronavírus, entrar em um consórcio ainda é uma boa ideia?

Mais barato que um financiamento

Indicado a um tipo de consumidor específico, o consórcio, em geral, vale a pena para pessoas físicas ou jurídicas que querem adquirir um bem à vista, não têm pressa e não conseguem administrar as suas finanças com investimentos.

Além do consórcio, o financiamento também é visto como uma opção viável para quem quer um bem de alto valor aquisitivo. Porém, essa é uma modalidade de crédito considerada mais cara, já que as parcelas costumam ter o limite de até 35 anos e incidência de taxas de juros.

A outra linha de crédito pré-determina o valor das prestações mensais em contrato, assim como a quantia que corresponde à taxa de administração. Os prazos também costumam ser menores que os do financiamento, o que a torna mais acessível.

Consórcio em meio a pandemia

Em meio a expansão da pandemia causada pela COVID-19, as recomendações de isolamento social cada vez se tornam mais incisivas. Contudo, como ficam as linhas de crédito, como o consórcio, que dependem de reuniões e sorteios mensais?

Segundo a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), as decisões, como o adiamento de lances, devem ser tomadas em comum acordo, quando há alteração nas condições contratuais. Também vale lembrar que os sorteios da Loteria Federal do Brasil, administrado pela Caixa Econômica Federal, estão suspensos.

Por isso, deve-se pensar bem antes de entrar no consórcio, assim como entender que não pode haver atrasos nos pagamentos mensais, estando sujeito a penalizações.

Do mesmo modo que todo o sistema econômico brasileiro está sentindo os impactos da pandemia, o Sistema de Consórcio também deve seguir o caminho semelhante. Porém, os consórcios estão se adaptando a essa nova realidade com negociações remotas.

BC adota medidas temporárias

Como resposta a esse novo cenário, o Banco Central (BC) tomou algumas medidas temporárias para que o Sistema de Consórcio continuasse a funcionar e a movimentar a economia.

Em nota, o BC define uma nova regra para a formação de novos grupos de consórcio, na qual, o valor mínimo para os créditos com valores diferentes não deve ser menor que 30%, diminuindo a porcentagem usual para 50%.

O prazo para a constituição de um consórcio também sofreu alterações. Antes que a pandemia começasse, a administradora tinha 90 dias para preencher todas as vagas, mas, agora, esse período aumentou para 180 dias.

Vale lembrar que essa decisão só durará até o último dia de novembro, sendo que em 1º de dezembro de 2020, o prazo voltará para os três meses. Desta forma, o governo tenta movimentar a economia e facilitar as formações de consórcios.

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