Educação

Escolas que implementam a educação socioemocional ajudam a formar adultos conscientes e criativos

A UNESCO propõe 4 pilares para o ensino que promovem o desenvolvimento de habilidades cobradas frequentemente na vida adulta

As escolas têm um papel fundamental na formação de cidadãos e profissionais capacitados. Para isso, é fundamental que seja adotado um modelo que vá além do aprendizado de áreas do conhecimento. Essa é a proposta da educação socioemocional amplamente divulgada pela UNESCO, que ganhou destaque no século XXI para promover um ensino mais humanizado.

No período de 1993 a 1996, o político francês Jacques Delors trabalhou com a UNESCO na elaboração de um relatório que popularizou a educação socioemocional em todo o mundo. O documento integrou a Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI da entidade, que é vinculada à ONU e especializada na promoção da educação, ciência e cultura.

Sob o formato de um livro, o relatório da UNESCO recebeu o título de “Educação: Um Tesouro a Descobrir” e revolucionou a educação ao propor 4 pilares essenciais para o aprendizado. Aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser são as 4 bases dessa corrente.

Quando implementados juntos, esses fundamentos auxiliam escolas a desenvolver uma série de habilidades em crianças que são necessárias para seu amadurecimento e sua qualidade de vida.

Atualmente, essa vertente continua sendo utilizada em várias partes do mundo como inspiração para a criação de políticas públicas de educação e elaboração de grades curriculares nas escolas

A sua adoção está relacionada ao desenvolvimento de competências socioemocionais em crianças e adolescentes. As habilidades mencionadas mais frequentemente são autoconhecimento, autoestima, confiança, empatia, colaboração, respeito, consciência social, ética e responsabilidade.

As instituições de ensino e sua equipe devem desenvolver atividades que exercitem a criatividade, o pensamento crítico, a expressão de suas emoções, a percepção de si mesmos e do mundo ao seu redor. Para isso, devem estar preparados para esclarecer as dúvidas que possam surgir, estimular as crianças a expandir seus pensamentos e acolhê-las, quando necessário.

Para que os pequenos possam ser beneficiados, é importante implementar medidas e atividades que não foquem apenas no conteúdo programático de disciplinas tradicionais. As atividades lúdicas devem ser incentivadas para que as habilidades socioemocionais sejam estimuladas.

Exemplos como oficinas, desenhos, encenações, leituras críticas, rodas de conversa, análises de textos, músicas e vídeos e muitos outros ajudam as crianças a relacionar a matéria curricular às situações cotidianas, fixando o conhecimento e participando mais ativamente da aula, aprendendo a se expressar com mais segurança, a ouvir e respeitar as ideias e opiniões dos colegas.

Quando crescidas, as instituições de ensino superior, o mercado de trabalho e as relações interpessoais irão exigir habilidades sociais e inteligência emocional dos indivíduos. Portanto, caso essas competências sejam trabalhadas desde os primeiros estágios, desde a educação básica, há uma maior possibilidade de as crianças estarem preparadas para os desafios da vida adulta e buscarem soluções de conflitos de maneira mais racional.

O papel da escola e dos profissionais de educação é essencial nesse processo de formação dos pequenos, que através da educação socioemocional poderão se tornar cidadãos mais conscientes, responsáveis e empáticos, como ocorre na escola em São Paulo que adota o modelo.

Imagem de cherylt23 por Pixabay 

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