Rochagem é opção para diminuir custos da fertilização
Produzido no Brasil, pó de rocha é mais barato e precisa ser aplicado menos vezes do que os fertilizantes químicos
A rochagem é a aplicação direta de sedimentos de pedras moídas no solo. Essa prática ajuda a equilibrar a fertilidade e fornecer nutrientes para as plantas, como cálcio, fósforo, magnésio, ferro e manganês. Os remineralizadores, ou “pó de rocha”, como são popularmente conhecidos, apresentam preços mais baixos, pois são produzidos nacionalmente, diferentemente de fertilizantes químicos, que são, em sua maioria, importados e cotados em dólar, o que pode encarecer os custos da safra.
A coleta dessas rochas vem dos resíduos da mineração que ficam expostos na superfície. O processo para diminuir as partículas deve ser mecânico. Reduções a partir de processos térmicos, químicos e biológicos não são permitidos dentro da rochagem, apesar de se encaixarem em outros insumos.
Uma grande vantagem do uso do pó de rocha é que ele não precisa ser aplicado todos os anos, como os químicos, já que não é levado pela chuva. Além disso, por ter longa durabilidade, com o passar do tempo, o material que fica na terra reconstrói e remineraliza o solo, deixando-o com melhor qualidade física e química, o que diminui a probabilidade de danos a longo prazo.
Apesar de a rochagem apresentar diversos pontos positivos, o aconselhado pelo geólogo e pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Éder Martins, em sua palestra no 2º Fórum Soja Brasil, é que a opção seja utilizada em conjunto com os fertilizantes químicos, tendo a função apenas de diminuir a quantidade deles, e não de substituí-los.
Isso porque os remineralizadores não são tão ricos em nutrientes como os estratos químicos – os NPK (Nitrogênio, Fósforo, Potássio). “As rochas têm um teor de nutrientes baixo; um exemplo é o potássio, que, na média, possui apenas 10% de óxido de potássio, ou seja, precisamos de mais pó para compensar isso”, explica Martins.
Um ponto importante, que deve ser levado em consideração caso o produtor queira utilizar a rochagem, é o preço do frete. De acordo com as pesquisas da Embrapa, o pó de rocha apresenta vantagens financeiras apenas se a fonte do recurso estiver próxima à propriedade rural – a menos de 300 quilômetros de distância. “A quantidade de pó de rocha usada nas lavouras é bem maior do que a quantidade de fertilizantes químicos, então para compensar financeiramente avaliamos a distância do polo de distribuição até a fazenda, levando em consideração o cálculo do frete e o custo da mina”, afirma o pesquisador.
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