EUA têm mais funcionários públicos do que o Brasil, aponta estudo
Estados Unidos e outras potências capitalistas estão no topo da lista de países com maior número de empregados do governo
No Brasil, é comum o pensamento de que ter menos funcionários públicos seria melhor para o país, mas a organização e distribuição de trabalho de países desenvolvidos se mostra contrária a essa opinião, já que em grande parte dessas nações há um alto número de contratados pelo governo.
Dentre os países no topo da lista de maiores números de servidores estão Japão (5.9% da população é de funcionários públicos), Estados Unidos da América (15.3%), Canadá (18.2%) e Noruega (30%) – país com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo e número um em servidores. Todas essas potências superam significativamente o número de empregados do Brasil, que é de apenas 1,6% da população, de acordo com dados do Government at a Glance 2019 (Visão geral do governo 2019, em português).
Nos EUA, por exemplo, país tido por muitos como modelo e principal nação na economia capitalista caracterizada pelo seu caráter privatista, ainda assim há elevados números de funcionalismo público, mesmo em cidades com pequenas populações, como Wyoming, Alaska e Montana. É o que indica um levantamento feito em 2015 pela Bureau of Labor Statistics (BLS), a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas.
Segundo Martin Kohli, economista-chefe da BLS, isso acontece porque há serviços essenciais que são oferecidos pelo governo que têm de existir em qualquer lugar, inclusive em Estados menos populosos: “Nacionalmente, cerca de um em cada 20 empregos no país e cerca de um em cada três empregos públicos são na educação pública local”, disse ele ao jornal USA Today. “Se uma pequena cidade em Wyoming quer ter uma escola, essa escola vai ser um volume significante do volume do emprego local”, esclareceu.
Outro estudo, o Emprego Público no Brasil: Comparação Internacional e Evolução Recente, que também fornece dados sobre o funcionalismo público em grandes potências mundiais comparadas ao Brasil, conclui que a quantidade de empregados do governo nacional não seria excessiva. Ao contrário disso, os dados apontam empregos no setor público como uma possível salvação para o desemprego.
O destaque ainda é dado para o momento de crise econômica como o que o coronavírus vem causando no país, no qual uma escapatória seria o Estado assumir a responsabilidade de geração de empregos, abrindo concursos mesmo que em atividades temporárias, para garantir a entrada de capital e a melhora na qualidade de vida dos cidadãos.
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