Idosos são cada vez mais ativos no meio digital
62% dos adultos com mais de 55 anos que estão conectados dizem que a pandemia ajudou na adoção de novas tecnologias no dia a dia.
Foi-se o tempo em que a internet era um ambiente restrito e inacessível. Cada vez mais, a digitalização tem se tornado presente em nossas vidas, independente da nossa profissão, sexo, condição financeira ou até mesmo idade.
A presença de novas tecnologias para as pessoas idosas, por exemplo, tem se mostrado cada vez mais comum. E não é para menos, já que diversos serviços, comércio e até entretenimento depende desses meios. Porém, não adianta dar aos vovôs os melhores celulares sem o mínimo de segurança.
Isso significa explicar como usar adequadamente as redes sociais, aplicativos, plataformas de vídeos e de músicas de modo que eles não corram riscos com a divulgação de dados ou, pior, a possibilidade de cair em golpes na internet.
Bem vindos ao mundo virtual
Apesar do que muitos pensam, a inclusão de pessoas idosas na internet não é lá algo muito recente, no entanto, com a pandemia do novo coronavírus esse processo acabou sendo acelerado de sobremaneira.
Isso porque, com a necessidade do isolamento, as pessoas tiveram que ficar mais tempo em casa e a principal forma de comunicação nesses tempos acabou sendo o uso de novas tecnologias, como os smartphones, tablets e notebooks.
Segundo uma pesquisa da Kantar Ibope Media, 62% dos adultos com mais de 55 anos que estão conectados dizem que a pandemia ajudou na adoção de novas tecnologias no dia a dia. Outra pesquisa da mesma empresa revela que o celular é o aparelho favorito para acessar a internet, seguido de computador e tablet.
Presença no e-commerce
A comunicação não é o único quesito que fez com que esse público acessasse um pouco mais a internet. A possibilidade de fazer compras à distância também foi uma alternativa ao isolamento social.
Consequentemente, em 2020, o público com 61 anos ou mais representou 6% do faturamento do e-commerce no Brasil, segundo os dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). O salto é de R$ 4,6 bilhões em 2019 para R$ 7,7 bilhões no ano seguinte.
Segundo pesquisa da Kantar Ibope Media, 85% dos adultos com mais de 55 anos que têm acesso à internet entraram em algum site para ter mais informações sobre algum produto. Agora o que mais chama atenção é o próximo número: 75% desse público efetuou alguma compra online.
Tal dado chama a atenção para uma tendência de adequação do público idoso ao universo online, já que mostra que eles não precisam mais se limitar para ter acesso a tudo aquilo que eles precisam.
Mais segurança
Porém, ao mesmo tempo em que o público idoso tem tido mais acesso à internet e aos meios digitais, é preciso lembrar que ele também tende a ser mais vulnerável a cair em golpes financeiros — muito comuns no ambiente virtual.
A falta de conhecimento de como lidar com determinadas tecnologias, bem como a falsa impressão de tranquilidade deste universo faz com que, muitas vezes, pessoas idosas acabam passando seus dados pessoais (tais como RG, CPF, número da conta e senhas bancárias, etc.) com muita naturalidade.
Há ainda os golpes feitos de forma direta, onde criminosos entram em contato com os idosos se passando por agentes bancários ou funcionários de telemarketing para obter seus dados; ou, na pior das hipóteses, se passando por familiares ou ameaçando a família para conseguir extorquir dinheiro.
Para evitar esses e outros tipos de problemas, o ideal é explicar detalhadamente os riscos ao se usar o universo digital. Informações básicas como nunca dar sua senha de banco ou ainda olhar se o site onde você pretende comprar é, de fato, confiável, fazem toda a diferença e podem livrá-los de muitos problemas posteriores.
E, na dúvida, faça com que ele entre em contato com pessoas de sua confiança antes de tomar qualquer atitude, principalmente se envolver questões financeiras. O ambiente virtual não precisa ser restrito à ninguém, mas não se pode negligenciar jamais a segurança daqueles que a acessam, ainda mais os idosos.