Turismo

“Cidade que morre”, na Itália, luta para continuar existindo

Cidade tenta se tornar Patrimônio Mundial da Unesco para garantir visibilidade e proteção obrigatória

A pequena cidade italiana chamada Civita di Bagnoregio foi erguida entre 600 e 280 antes de Cristo, de acordo com especialistas que até hoje não conseguiram precisar sua data de fundação. No entanto, hoje em dia, ela é conhecida por um apelido peculiar: “la città che muore”, ou, em português, “a cidade que morre”.

Ela está localizada sobre um penhasco na província de Viterbo, a apenas 120 quilômetros ao norte de Roma, capital da Itália. Com apenas 152 metros de comprimento por 91 metros de largura, a cidade luta para sobreviver, e a estratégia dos locais é garantir que a região se torne um Patrimônio Mundial da Unesco, o que deve trazer mais visibilidade, além da garantia de que o local será preservado.

Apesar de ser pequena hoje, ela já foi um pouco maior. Durante quase três milênios, a erosão regressiva foi a principal responsável por reduzir o tamanho de Civita, restando apenas seu núcleo e poucas ruas ao redor. No entanto, um projeto ajuda a monitorar e conter a destruição que atinge a “cidade que morre”.

De acordo com especialistas do projeto, Civita foi fundada pelo povo etrusco, sobrevivendo durante a era romana e todo o período medieval. Sua importância é histórica, e aquilo que resta da cidade deve ser conservado como um artefato raro, visto que poucas cidades podem dizer que se mantêm de pé há tanto tempo.

No passado, estradas levavam o povo de Civita a outros vilarejos, e vice-versa. No entanto, os desastres naturais dos últimos milênios ajudaram a reduzir drasticamente esses acessos. Além disso, a própria fundação arquitetônica do terreno está em uma mistura instável de rochas vulcânicas e argila, tornando a região ainda mais suscetível a pequenas variações geológicas.

Hoje em dia, a fonte de renda do sítio arqueológico é, principalmente, o turismo. Em 2019, a região recebeu cerca de um milhão de turistas. Porém é muito importante que o turismo seja feito com cautela, para garantir que a atividade humana não degrade ainda mais o que restou de Civita di Bagnoregio.

A pandemia de Covid-19 ajudou a reduzir o número de visitantes, o que reduziu também a fonte de renda da cidade, que agora precisa de ainda mais incentivo financeiro para continuar lutando para não morrer.

Para visitar Civita di Bagnoregio, no período pós-pandemia, é possível comprar passagens aéreas até Roma, que possui um dos aeroportos mais próximos de Bagnoregio, município do qual Civita faz parte. O traslado até o local pode ser feito através de ônibus turísticos ou com guias locais.

Foto: Divulgação

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