Candidato a santo: restos mortais de Antoninho da Rocha Marmo vêm para São José dos Campos
- Menino que morreu em 1930, aos 12 anos, vítima da tuberculose, idealizou um sanatório para crianças pobres que hoje é o Hospital Antoninho da Rocha Marmo
- Parte da história de São José dos Campos, Antoninho é ícone do período sanatorial
- Restos mortais serão transferidos no dia 19/10, do Cemitério da Consolação, em São Paulo, para a Capela de Nossa Senhora da Saúde, no hospital, em São José dos Campos, e ficarão em um jazigo
- Pano que revestiu restos mortais permanecerá no túmulo, em São Paulo
- Antoninho está em processo de canonização no Vaticano e já é reconhecido como Servo de Deus
- Devotos poderão visitar o local de devoção mediante agendamento
Os restos mortais do menino Antoninho da Rocha Marmo, que está em processo de canonização em Roma, serão transferidos, no dia 19/10, do Cemitério da Consolação, em São Paulo, para a Capela de Nossa Senhora da Saúde, no Hospital Antoninho da Rocha Marmo, em São José dos Campos. A relíquia deverá chegar, às 14 horas, e será recebida pelas Irmãs Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, responsáveis pela administração do Hospital, com uma celebração religiosa.
No túmulo do Cemitério da Consolação, que é visitado por devotos há 91 anos, ficará uma relíquia com parte do pano que revestiu seus restos mortais, preservando assim as características do local sagrado.
Hospital Antoninho da Rocha Marmo
“Sempre desejei que todos conhecessem a história de Antoninho, de quem sou devoto desde criança. É uma grande alegria finalmente trazer seus restos mortais para a Capela Nossa Senhora da Saúde, de quem ele era devoto, que abriga o Santíssimo Sacramento e que está localizada ao lado do Hospital Antoninho da Rocha Marmo, que ele idealizou” disse o autor do processo de Beatificação e Canonização de Antoninho, o advogado Alfredo Camargo Penteado Neto.
Com a chegada dos restos mortais do menino – que queria ser padre, morreu aos 12 anos em decorrência da tuberculose e idealizou um sanatório para crianças pobres – está concluído o local destinado à sua devoção. O jardim do Hospital também abriga um Memorial dedicado ao menino.
Restos mortais do menino Antoninho da Rocha Marmo
“Antoninho foi uma alma abençoada e caridosa. Um verdadeiro exemplo a ser seguido porque soube nos ensinar os valores humanos e cristãos. Mesmo doente, ele pensou no bem-estar de outras crianças”, disse a Irmã Alessandra Nogueira, administradora do hospital.
Seus restos mortais serão guardados em um jazigo dentro da Capela de Nossa Senhora da Saúde. O local permanecerá aberto à visitação dos devotos e daqueles que queiram pedir a intercessão do menino.
Quem foi Antoninho?
Antoninho da Rocha Marmo nasceu em São Paulo, em 19 de outubro de 1918, e veio se tratar da tuberculose em São José dos Campos, que era um centro de atendimento aos doentes na época. Preocupado com a situação das crianças pobres, idealizou a construção de um Sanatório para atendê-las.
O menino não resistiu à doença e faleceu em 21 de dezembro de 1930, aos 12 anos. Sua mãe e um grupo de benfeitores iniciaram então as obras do Sanatório confiando sua administração à Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico, fundadora da Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, que também se encontra em processo de canonização, e já realizava um trabalho de assistência aos doentes de tuberculose da cidade.
Inaugurado em 13 de dezembro de 1952, o Sanatório Antoninho da Rocha Marmo atendeu crianças tuberculosas até a década de 80 quando o tratamento e controle da doença tornaram-se ambulatoriais.
Memorial
Inaugurado em 2016, o Memorial de Antoninho da Rocha Marmo abriga pertences do menino como uma estola, pala (cartão guarnecido de pano branco com que o sacerdote cobre o cálice), chave do quarto, terço, ostensório e castiçal.
Conta ainda com objetos doados por parentes de Antoninho como um quadro de Nossa Senhora da Saúde, padroeira da Capela do Hospital, e toalhas de altar utilizadas pelo menino para celebrar missas.
No local, também é possível ver a roupa de batismo de Antoninho, doada por um advogado de São José dos Campos; a estátua original do túmulo de Antoninho, além da mesa e da caixa de ferramentas utilizadas na exumação do corpo do menino por ocasião da abertura da urna, em atendimento a um ato processual.
Os visitantes do Memorial também podem conhecer mais sobre a história de Antoninho por meio de painéis fotográficos, documentos históricos, documentos da abertura do processo de canonização e livros. Também faz parte do Memorial um filme que conta a história de Antoninho.
O processo
O processo de beatificação e canonização de Antoninho da Rocha Marmo foi acolhido pela Igreja Católica em 2007 e encontra-se atualmente em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos. O menino recebeu o título de Servo de Deus.
Atualmente está sendo elaborado a “Positio”, fase do processo que tem por principal objetivo a avaliação das virtudes do Servo de Deus e de sua fama de santidade.
No Hospital Antoninho, as religiosas recebem com frequência relatos de curas ocorridas por intercessão do menino. Esses relatos, somados a depoimentos e provas concretas do milagre alcançado, poderão ser levados pelo autor do processo à apreciação de Conselhos formados por Bispos e outros religiosos no Vaticano.
Antoninho da Rocha Marmo
Relatos de graças podem ser enviados por meio do site: https://meninoantoninho.org.br/