Economia

Endividamento total das famílias brasileiras segue alta preocupante

Dados do Banco Central mostram situação de dívidas das famílias; cartão de crédito é apontado como principal vilão

Em setembro, o chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, reforçou que o endividamento das famílias tem aumentado consideravelmente – desde que atingiu um novo recorde, em junho deste ano, atingindo quase 60%, segundo o próprio Banco Central. Rocha ressaltou que esses indicadores de endividamento são monitorados constantemente e que o aumento parece estar evoluindo “sem maiores riscos”. De acordo com Rocha, “do ponto de vista das famílias, a questão fundamental é que o acesso ao endividamento seja feito com educação financeira (…) para que haja um planejamento adequado”. 

De acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio), em dados divulgados no dia 04/10 pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o número de famílias com dívidas a vencer atingiu 74% – os principais fatores foram a inflação alta, o desemprego elevado e a baixa do auxílio emergencial, que atingiu também menos beneficiários. Dentre as dívidas familiares, inclui-se cartões de crédito, cheque especial, carnês em lojas, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestação de carro e/ou de casa. 

Ainda de acordo com a CNC, o percentual de famílias endividadas ou com contas em atraso atingiu mais de 25% do total – 0,1 ponto menor do que em agosto e um ponto abaixo do que foi apurado em setembro de 2020. O endividamento atingiu famílias de diversos níveis de renda: para as que recebem até dez salários mínimos no total, o endividamento é de 75%, e, para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, esse número caiu para, aproximadamente, 69%. São números recordes nas máximas históricas. 

Já as famílias que não têm condições de pagar as próprias contas e constam como inadimplentes somam 10,3% do total.  Os dados da CNC apontam o cartão de crédito como o principal vilão para as dívidas, pois mais de 84% das famílias fecharam o mês de setembro devendo no cartão de crédito.

Empregos são uma saída para reduzir endividamento

Sem dúvidas, um dos principais fatores que levam famílias a acumularem tantas dívidas é o desemprego em alta. O número já ultrapassa uma dezena de milhões de pessoas, e infelizmente o cenário ainda não é tão animador para o resto do ano. 

As buscas por vagas de emprego no RJ (Rio de Janeiro), em São Paulo e em outros estados, sobretudo na região das capitais, são palavras-chave muito procuradas no Google, de acordo com o Google Trends. No geral, passam dos 50 pontos (do total de 100, quando a procura atinge seu pico). 

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