Setor automotivo fecha 2020 com queda de 26,2%
Além do fechamento do comércio, vendas foram afetadas pela desvalorização do Real e pela falta de aço
Dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) mostram os resultados finais da crise do coronavírus no setor automotivo. Em todo o ano de 2020 foram emplacados 2,06 milhões de veículos leves e pesados, número que representa queda de 26,2%, se comparado com 2019.
O melhor resultado mensal aconteceu em dezembro, com 244 mil unidades vendidas de carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. O mês teve alta de 8,4% comparando com novembro, mas ainda fica 7,1% abaixo do número atingido em dezembro de 2019.
Apesar disso, o prejuízo de 2020 foi menor do que o projetado pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que, no início do ano passado, acreditou que a redução em comparação a 2019 seria de 40% no segundo semestre com a reabertura do comércio, e a nova projeção foi uma queda de 31% – cerca de 4 pontos percentuais a mais do que o real resultado.
Antes da pandemia, a expectativa da associação era de crescimento de 9,4%.
Pressão no setor em 2021
O Brasil caminha para uma recuperação financeira, mas o setor automotivo não demonstra ser o primeiro segmento que retomará a normalidade neste ano. Isso porque dezembro de 2020 teve o menor estoque de aço desde 2004, cenário que, além de reduzir a produção das montadoras, pode demorar para ser normalizado.
Os consumidores finais também sentem a diferença na venda dos automóveis, com preços mais altos no varejo, que são causados também por outro problema, a desvalorização do Real perante ao Dólar.
Outra mudança que pode desanimar os brasileiros que pretendiam comprar um carro neste ano são as novas regras para carros destinados a pessoas com deficiência. A partir de 2021, mais de 60% dos automóveis que se encaixavam nesta categoria e eram isentos de impostos agora serão taxados, já que a lista de condições físicas que davam direito ao benefício foi reduzida.
Por conta dessas condições, a opção de recorrer a uma locadora de automóveis deve ser levada ainda mais em conta pelos brasileiros, apesar da falta de automóveis para locação, também decorrente da crise causada pelo coronavírus.
De acordo com a Associação Brasileira de Locadoras de Veículos, o ano passado foi encerrado com um déficit de cerca de 100 mil veículos nas locadoras de todo o país, fazendo clientes terem de esperar devoluções para saírem com os automóveis.
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