Saúde

*Queda global de cobertura vacinal acende alerta para risco de epidemias*

Especialista do sistema Hapvida alerta para o risco do retorno de doença já erradicada no Brasil devido a queda de cobertura vacinal

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef, divulgaram uma pesquisa demonstrando que a pandemia de covid reduziu as coberturas vacinais das crianças ao menor patamar dos últimos 30 anos globalmente. Esses dados acendem um alerta para o risco do aumento de casos de doenças que já estavam controladas e podem se alastrar rapidamente.

No Brasil, segundo o Unicef, em apenas três anos, a cobertura de vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola (Tríplice Viral D1) caiu de 93,1%, em 2019, para 71,49%, em 2021. A taxa de vacinação contra poliomielite caiu de 84,2%, em 2019, para 67,7%, em 2021. Isso significa que três em cada dez crianças no país não receberam vacinas necessárias para protegê-las de doenças potencialmente fatais.

Sistema Hapvida

De acordo com a médica infectologista do Sistema Hapvida, Silvia Fonseca, essa queda na taxa de vacinação, que se intensificou durante a pandemia da Covid-19, é um grande risco à saúde das crianças e pode inclusive provocar surtos de doenças como o sarampo e a poliomielite. 

“No Brasil, o último caso de poliomielite foi registrado em 1986, mas enquanto ela existir em qualquer lugar do planeta, há o risco de importação da doença, por isso, é importante elevar as taxas de vacinação para proteger nossas crianças.

Esse vírus é altamente transmissível, pode atingir o sistema nervoso e trazer graves sequelas como paralisia permanente das pernas ou braços”, explica a médica.Recentemente, a doença, popularmente conhecida como paralisia infantil, ressurgiu em Israel e teve uma nova cepa registrada no Malaui, sudeste da África.

 “Para ter uma proteção adequada contra a poliomielite o ideal é ter uma cobertura vacinal em torno de 90%. É muito importante que os pais que deixaram de vacinar seus filhos durante a pandemia, procurem os serviços de saúde e atualizem a carteira de vacinação”, alerta a infectologista.

Cobertura vacinal

Outra preocupação tem sido os surtos de sarampo, doença altamente contagiosa, transmitida por gotículas respiratórias, que provoca sintomas como tosse, coriza, olhos inflamados, dor de garganta, febre e irritação na pele com manchas vermelhas e em casos mais graves, pode causar pneumonia, inflamação no cérebro e levar a morte.“

A melhor forma de prevenir essa doença é pela vacinação. Não precisamos correr riscos de enfrentar novos surtos e até mesmo uma pandemia, pois já temos disponível a vacina que é segura, está disponível na rede pública e é amplamente utilizada em todo o mundo”, conclui Dra. Silvia.

Imagem de LuAnn Hunt por Pixabay

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