Esportes

De lá pra cá: saiba como estão as estruturas criadas para as Olimpíadas no Brasil

Apesar dos custos vultosos, boa parte da infraestrutura criada para sediar a competição em 2016 se encontra abandonada pelo poder público atualmente

Estimada em um custo de 40 bilhões de reais para os cofres públicos, as Olimpíadas e os Jogos Paraolímpicos do Rio em 2016 prometeram deixar um legado de infraestrutura, tanto de esporte como de transporte, para o país

Somente a VIla Olímpica custou mais de 320 milhões de reais ao Comitê Rio 2016. Os gastos só não foram maiores porque a organização transferiu a responsabilidade de comprar equipamentos esportivos e manter a segurança dentro das arenas para a Prefeitura da capital carioca.

O aumento vertiginoso dos gastos na infraestrutura destinada aos Jogos Olímpicos no Brasil deixam perguntas sobre o uso para os imóveis e construções destinadas à competição na capital carioca. Veja alguns deles.

Reutilização de imóveis

Parte das camas que mobiliaram os quartos dos atletas na Vila Olímpica foi enviada para o Presídio José Frederico Marques, localizado no bairro de Benfica, na zona Central da capital carioca. Por terem sido adquiridos pelo Comitê Rio 2016 com isenção de impostos, esses móveis não podiam ser vendidos.

Outra doação ocorreu para beneficiários do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Entre os bens doados, cujo valor é estimado em um total de 13,8 bilhões de reais,  houve geladeiras, micro-ondas, sofás, armários, mesas e cadeiras.

Abandono de imóveis

O abandono de imóveis após a realização das Olimpíadas 2016 foi uma repetição do que já havia sido testemunhado logo após os Jogos Pan-Americanos de 2007, também no Rio. Arenas em desuso ou sub aproveitadas são vistas em diferentes áreas do Brasil.

O exemplo mais emblemático é o Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. Seis meses após sediar a abertura das Olimpíadas 2016 com luzes e fogos, a área mais famosa do país apresentava sinais de abandono, com espaços escuros a partir do corte de eletricidade causado por dívidas altas com a distribuidora.

Administradora do estádio desde 2013, a concessionária Maracanã S.A. rejeitou a devolução do campo de futebol, feita pelo Comitê Rio 2016 ao término das Olimpíadas. A justificativa apresentada era que o estádio precisava de reparos, retomando o espaço só em janeiro de 2017, após uma liminar.

No intervalo entre a rejeição pela concessionária e a decisão judicial, o local enfrentou a falta de segurança, eletricidade e manutenção, sediando episódios de invasão que resultaram no roubo de cabos e televisores.

Abertura para lazer sem estrutura

Em janeiro de 2017, o então prefeito Marcelo Crivella determinou que o Parque Olímpico, que custou 2,5 bilhões de reais aos cofres públicos, fosse aberto para a prática de atividades de lazer, com destaque para exercícios esportivos ao ar livre.

Contudo, a ausência de infraestrutura básica é um obstáculo para o seu usufruto. A falta de bebedouros, as rachaduras no piso e a exposição de fiações sem proteção desestimulam a assiduidade do público no Parque Olímpico.

Outro problema é o mau cheiro oriundo da Lagoa de Jacarepaguá, que margeia o Parque. A elevada quantidade de esgotos despejados por moradores da região resulta no mau cheiro que pode provocar o mal-estar dos visitantes.

Desusos, entulhos e disputas judiciais

O antigo estacionamento do complexo esportivo foi dominado por contêineres, o que confere ao local o aspecto de depósito de entulho. Já o Estádio de Canoagem Slalom também apresenta deteriorações. Os equipamentos da área, que formavam corredeiras, se encontravam em uma cabine sem portas, segundo informações publicadas pelo Portal G1.

Três anos após a ocorrência das Olimpíadas 2016, o parque radical de Deodoro, na zona Oeste do Rio, estava abandonado pelo poder público. As rampas de acesso foram dominadas pela vegetação e as pistas de BMX se encontravam repletas de buracos. De acordo com a Prefeitura do Rio, o órgão buscava uma solução, juntamente ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e a Federação de Ciclismo.

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