Chegada do inverno deve aumentar a demanda por procedimentos estéticos
Fatores como baixas temperaturas e menor exposição ao Sol ajudam a obter melhores resultados
O Brasil está em primeiro lugar no ranking mundial de procedimentos estéticos. Considerado o país mais vaidoso, realiza mais de um milhão de cirurgias plásticas todos os anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. E, durante o inverno, a procura por intervenções aumenta ainda mais – é cerca de 60% maior.
Essa alta se dá por motivos que vão além da busca por preparar o corpo para o verão. No caso de cirurgias, as baixas temperaturas ajudam na recuperação. “Durante o frio, a dilatação de vasos e a retenção de líquido é menor, o que favorece o pós-operatório. As baixas temperaturas provocam uma vasoconstrição periférica, que proporciona uma redução do inchaço, de forma natural”, explica o médico cirurgião plástico Bruno Legnani.
Já no caso de intervenções menos invasivas que buscam tratar a pele, como lasers, peelings e microagulhamentos, o indicado para obter bons resultados é que não haja exposição excessiva ao Sol. “Quando se faz procedimentos que alterem a barreira de proteção da pele, o risco de manchas aumenta muito se o paciente se expuser ao Sol. De modo geral, podemos contornar este problema orientando a não se expor diretamente e aplicar protetor solar de amplo espectro e alto FPS”, esclarece a dermatologista Flavia Addor.
Essa necessidade faz as clínicas de estética e cirurgia plástica no RJ, em SP e no DF – locais que concentram a maioria dos tratamentos de beleza do país – receberem ainda mais visitas no inverno. Isso acontece porque as pessoas tendem a se expor menos, principalmente em praias, o que, de acordo com Flavia, é o pior ambiente para quem passou por um tratamento estético há pouco tempo: “O principal fator [que interfere negativamente no resultado] é a exposição solar direta intencional, como praia e esportes ao ar livre. A praia é a pior, pois há reflexão intensa da radiação, a partir da areia e da água, e ainda o suor, que remove o protetor. Esta talvez seja a prática que deve ser banida após um procedimento, e a duração deste banimento depende do tipo e da profundidade do procedimento”.
Cuidados necessários no inverno
Apesar de favorável em alguns aspectos, a estação também demanda cuidados especiais. Hábitos da estação que passam despercebidos podem ser prejudiciais ao corpo e devem ser observados, como a menor ingestão de líquidos, que interfere no funcionamento de todo o corpo.
Além disso, a hidratação da pele deve ser diária e a temperatura da água no banho não pode estar excessivamente quente, para evitar que a epiderme resseque. “O ressecamento que advém destas práticas [falta de hidratação e banhos quentes] promove prurido – alterações da microbiota da pele –, o que predispõe a irritações e infecções”, explica a dermatologista.
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