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CBF reforça agenda de combate à discriminação com anúncio do Levantamento da Diversidade no Futebol Brasileiro

Iniciativa, em parceria com o Observatório da Discriminação Racial e a Nike, envolve jogadores, treinadores, árbitros e demais profissionais

Com o objetivo de ampliar o olhar à diversidade e inclusão, além de construir um instrumento de combate ao racismo e a toda forma de discriminação no futebol, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Observatório da Discriminação Racial no Futebol anunciam a realização do Levantamento da Diversidade no Futebol Brasileiro.

A iniciativa inédita, realizada em parceria com a Fisia – Distribuidora Oficial da Nike no Brasil, irá coletar informações, por meio de formulário digital. Serão quatro blocos de perguntas, com tempo médio de resposta estimado em cinco minutos, com temas acerca da diversidade racial, religiosa, de orientação sexual e origem, bem como do impacto da discriminação na carreira e na vida de atletas, treinadores, árbitros e outros profissionais da modalidade nas séries A e B masculino e da A1 e A2 feminino do Campeonato Brasileiro 2023.

Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, destacou a importância do levantamento para o combate ao racismo e à violência no futebol.

“Tenho plena certeza de que este levantamento será um importante instrumento para o combate ao racismo no Brasil e será um exemplo para o mundo. Na minha gestão, sou o primeiro negro e nordestino da história da CBF em 109 anos a ocupar o cargo de presidente da entidade. O racismo é uma das principais bandeiras que defendo à frente da CBF e nosso foco é levar para todos a nossa mensagem de igualdade, inclusão e transparência desde o primeiro dia. Já realizamos um grande seminário, no ano passado, onde desenvolvemos o tema do racismo e da violência com a presença de grandes nomes da sociedade civil, da cultura e do meio político. Agora, estamos finalizando um documento desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, que trará um diagnóstico e propostas concretas para que possamos tirar da história do esporte mais amado do mundo este crime que é o racismo. Somos a primeira confederação do mundo a incluir penas desportivas, que vão de perda de mando de campo, portões fechados até perda de pontos para o clube, para os casos de racismo”, disse Ednaldo Rodrigues. 

“Nossa voz já está ganhando o mundo, com o apoio de outras representações do futebol como a Conmebol e a FIFA, que abraçaram a causa de combate ao racismo. Espero que a minha gestão à frente da CBF seja lembrada não só pelo trabalho de modificação do futebol brasileiro, movimento esse que se estendeu às séries C e D e ao futebol feminino, ou que moralizou e deu transparência à CBF. Estas são, sem dúvida, conquistas muito importantes para nós. Mas eu espero especialmente que seja lembrada por ter levantado causas pertinentes e, que através da força do futebol, podem ser banidas do planeta, como é o racismo”, completou Rodrigues.

Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol

“São anos trabalhando com objetivo de conscientizar segmentos da sociedade e subsidiar políticas públicas e privadas de combate ao racismo no esporte. Por isso esse projeto, em parceria com a CBF e a Nike, é tão importante para trazer mais dados e informações na luta contra diferentes formas de discriminação na modalidade e para impulsionar mais ações”, comenta Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.

Os clubes participantes receberão um ofício e uma carta convite da CBF com link para preenchimento do questionário. A participação é voluntária e anônima. A divulgação dos resultados da pesquisa está prevista para o final de agosto.

CBF

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
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