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Mudança na indústria: como a maioria feminina nos jogos altera a indústria?

Segundo pesquisa realizada, grande parte do público de gamers no Brasil já é composta por mulheres, porém ainda muitos obstáculos precisam ser superados

Os games, apesar de manterem um discurso inclusivo, devido a uma quantidade relativamente grande de machistas e pessoas mal-intencionadas, têm aberto um grande espaço para a presença feminina em seu meio. Essa presença é refletida atualmente em diversos estudos e até mesmo em recentes produções da indústria.

Segundo uma pesquisa realizada pela oitava edição da PGB (Pesquisa Game Brasil),  de 2021, 51,5% dos jogadores em território nacional são mulheres, sendo elas em grande maioria nos smartphones, dominando com 62,2% do público para jogos deste gênero. Apesar disso, nos computadores, elas ainda são minoria, com 40,4% do público geral e 38,1% nos consoles.

Segundo Carlos Silva, Head de Gaming da GoGamers, em entrevista ao IG, uma das empresas que participou da pesquisa, os smartphones foram uma porta de entrada para o aumento do público feminino nos games.

No entanto, não somente nos jogos eletrônicos a aderência maior das mulheres foi sentida, mas também em modalidades de airsoft. Seja portando uma pistola, um armamento mais pesado, como uma carabina de pressão 5.5, ou uma mais potente, como a carabina de pressão 5.6, elas estão mais presentes e empoderadas.

A paixão é tanta que muitas mulheres acabam usando o esporte para incentivar outras mulheres a se empoderar, através do mundo dos games, transpondo isso para a vida real.

A comentarista de games Victória Rodrigues fala como essa representatividade impacta diretamente no mercado: “Conseguimos incentivar e quebrar um pouco dessa sensação de que são os homens que dominam o mundo dos games”.

E isso é uma verdade incontestável. Carlos afirma que isso remodelou a indústria para essa nova realidade: “Trazer essa diversidade e essa inclusão, de maneira geral, para os games, é importante”.

“E a indústria precisa refletir isso também, entendendo que hoje você tem um público feminino com muito potencial, seja no celular ou crescendo em outras plataformas. A indústria está entendendo e está se moldando em cima disso para atender a esse consumidor”, afirma Carlos.

Apesar de tudo isso, este universo ainda é permeado com muito machismo e preconceito. O combate tem começado com diversas denúncias de gamers contra seus treinadores de times de e-sports, muito incentivadas pelo movimento “Me Too”.

Com uma presença cada vez maior no cenário, quem sabe desta forma as pessoas preconceituosas acabam deixando de lado conceitos antiquados e completamente descabidos, em prol de um campo mais democrático, onde todos podem se divertir, sem ter medo de assédio ou desrespeito.

Foto:istock

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