3 projetos que envolvem soluções em tecnologia e alimentação
Avanços tecnológicos permitem a diminuição do desperdício de recursos e da produção de gases do efeito estufa.
A alimentação da população mundial, cada vez maior, é uma das principais preocupações do setor alimentício atualmente. Com mais bocas para alimentar, há um esforço não apenas para que todos possam comer, mas também que façam isso com qualidade e de maneira saudável.
Nos últimos anos, o setor de alimentos tem procurado inovações tecnológicas que possam solucionar estes dilemas. O foco de vários projetos não é apenas melhorar a qualidade da comida, mas também adotar um modelo de produção com menos desperdícios, que prejudique menos o meio ambiente. Neste texto, conheça três projetos que visam encontrar soluções para esta área.
Aumento da durabilidade dos alimentos
Em 2018, o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para alimentação e agricultura, FAO, realizou um levantamento estarrecedor. Apurou-se que cerca de um terço dos alimentos são desperdiçados, na cadeia entre a produção e o consumo.
No caso de frutas e hortaliças, o que inclui verduras, raízes, legumes e tubérculos, os dados chocam ainda mais: 45% delas se perdem. O desperdício de comida justifica boa parte do valor registrado, mas não é o único fator nesta conta. O tempo para distribuição dos alimentos e as condições de armazenamento também influenciam.
Por isso, algumas empresas estão desenvolvendo medidas para aumentar a durabilidade e a validade dos alimentos. A Apeel Sciences dispõe de compostos capazes de formar uma película fina na superfície das frutas, inibindo a proliferação de bactérias e a perda de água, o que aumenta a validade delas.
Já a Bluapple e a Nanology investem em tecnologias voltadas para retardar a decomposição dos alimentos. Assim, espera-se que, com o tempo extra, eles possam ser consumidos pela população.
Fertilizantes movidos a energia solar
As grandes plantações do mundo exigem o uso de fertilizantes para promover um crescimento em maior quantidade e mais rápido dos alimentos. Esses produtos, à base de nitrogênio, são produzidos utilizando uma enorme quantia de combustíveis fósseis, o que significa uma geração significativa de gases.
A maior parte dessa liberação é resultante da produção de hidrogênio, para que ele possa ser misturado ao nitrogênio. Para reverter essa situação, uma das apostas é a utilização da energia solar, que ganhou força nas últimas décadas.
Hoje, já existem veículos elétricos movidos a célula de hidrogênio. A expectativa é que se utilize uma técnica semelhante na produção de fertilizantes, o que reduziria a emissão de carbono na atmosfera. A Austrália já investe em um piloto do projeto.
Internet das Coisas no ramo alimentício
A Internet das Coisas, ou IoT, é uma tecnologia que pode favorecer o setor alimentício em diversas áreas. Ela consiste na conexão via internet entre vários aparelhos, softwares e dispositivos, de forma que eles possam executar ações de maneira autônoma, sem interferência humana.
Dentro do ramo alimentício, a IoT pode ser utilizada de diferentes formas. Ela pode estar presente no caminhão refrigerado, que transporta carnes e alimentos, monitorando a temperatura interna, por exemplo. Por meio de sensores, ela garante que a temperatura esteja na faixa ideal para a conservação, além de informar caso aconteça algum problema.
Os sensores podem ser utilizados de forma parecida para regular altas temperaturas, como em locais que precisam de fornos, ou, ainda, medir e acertar a umidade do ar, visando a melhor conservação dos alimentos.
A IoT também tem serventia no campo e pode auxiliar no desperdício de recursos. Ao instalar sensores no solo, integrados ao sistema de irrigação, eles podem identificar quais áreas da plantação necessitam de água, emitindo um sinal para que o processo ocorra automaticamente. Assim, evita-se o desperdício de água na lavoura.