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Governo federal avalia decreto de liberação de praia para nadadores e surfistas

Desde o fim de abril, algumas localidades brasileiras, como Fernando de Noronha e Santa Catarina, começaram a receber autorização para o retorno de pessoas às praias para a prática de atividades físicas

No dia 22 de maio, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que avaliava publicar um decreto para autorizar surfistas e nadadores profissionais a praticarem suas modalidades esportivas — e, assim, furar a quarentena. Segundo alguns parlamentares com quem o presidente conversou, a justificativa para a medida é a de que não é possível praticar tais modalidades em piscinas.

O anúncio foi feito no dia em que o Brasil registrou 1.001 mortes por COVID-19 e 20.803 novos casos da doença. O total fez o país ultrapassar a Rússia e registrar o segundo maior número de casos confirmados no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A liberação de praias para nadadores e surfistas também foi defendida publicamente pelo atual Ministro da Justiça, André Mendonça.

Por isso, antes de preparar a primeira viagem com a Princesa dos Inhamuns, após o controle da atual pandemia no território nacional, verifique como está o acesso às praias no destino para onde você desejar ir.

Santa Catarina

No dia 22 de abril, o estado catarinense foi o primeiro do país a autorizar, com algumas restrições, a prática de atividades físicas em praias durante a quarentena. Além do surfe, o remo e o kitesurf foram autorizados nas regiões catarinenses.

Entre as orientações das autoridades para quem quiser praticar atividades físicas no mar, está o dever de manter o distanciamento de dois metros em relação às outras pessoas e o retorno imediato para suas casas ao término da atividade. As recomendações seguem o modelo adotado na Austrália e no Havaí — uma das localidades de maior referência para os surfistas em todo o mundo.

Fernando de Noronha

As praias da Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha também foram reabertas para os moradores da ilha no dia 25 de maio. A medida foi anunciada após as autoridades não registrarem nenhum novo caso da COVID-19 entre a população durante um mês.

Como ocorreu em outras localidades que adotaram a reabertura de praias, a ilha adotou restrições, como a proibição de aglomerações com mais de cinco pessoas nos locais e o respeito ao distanciamento de dois metros entre os indivíduos. Além disso, tampouco será permitido o uso de bebidas alcoólicas.

Fechadas para turistas e moradores desde o dia 17 de março, as praias do Atalaia, Sancho, Leão e Sueste permanecem sem receber visitações a partir de decisão do Instituto Chico mendes (ICMBio), autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente que monitora unidades de proteção como a ilha.

Rio de Janeiro

No dia 2 de junho, teve início o plano de desconfinamento anunciado pelo prefeito da capital carioca, Marcelo Crivella (Republicanos). Dividido em seis etapas, o plano permite, já na fase um, a prática de atividades físicas individuais ao ar livre, no mar, em calçadões de praias e parques.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, em 22 de maio, existiam 34 pessoas internadas em unidades do SUS, aguardando transferência para leitos voltados para pacientes com COVID-19. Destes, 17 aguardavam vaga para leitos de UTI.

O Programa Rio Novo, como foi chamado o plano de desconfinamento, prevê que a transição de uma etapa para outra pode ocorrer somente a cada 15 dias. Esse período deve ser usado pelas autoridades para verificar o impacto da reabertura sobre a disseminação da doença e a ocupação de leitos das redes de saúde públicas e privadas.

No primeiro dia de desconfinamento, jornais cariocas relataram que, nas praias, via-se parte dos esportistas sem máscara de proteção, nadadores, no mar, desrespeitando o distanciamento definido pelo plano municipal e até quem permaneceu na areia treinando, em dupla, esportes com bola.

Baixada Santista

A Baixada Santista, no litoral Sul paulista, foi outra região que restringiu o acesso às praias durante a quarentena, a fim de tentar evitar aglomerações e, assim, conter a contaminação da população pela COVID-19.

Alberto Mourão, prefeito do município da Praia Grande, situado na região, afirmou que não via empecilhos em permitir que nadadores e surfistas profissionais praticassem essas modalidades sozinhos no mar, contanto que não permanecessem na areia após os treinos, acompanhado por outras pessoas.

Contudo, especialistas brasileiros e internacionais de diferentes áreas da saúde afirmam que o distanciamento social é a forma mais eficaz de reduzir a disseminação da doença.

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