Economia

Vale a pena abrir um e-commerce em 2025?

Setor deve crescer 10% este ano, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico

O comércio eletrônico brasileiro tem sido um setor promissor para a economia nacional e deve seguir em ascensão em 2025. Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) projetam o faturamento de R$ 224,7 bilhões neste ano, um crescimento de 10% em relação a 2024.

O otimismo é reforçado pela evolução constante do setor, que, em 2025, deve alcançar a marca do oitavo ano consecutivo de expansão. Segundo a ABComm, o cenário é resultado de uma combinação de fatores, como a transformação digital, o aumento do ticket médio – que deve crescer 4,7%, alcançando R$ 515,80 – e a ampliação do número de consumidores online, projetado para atingir 94 milhões.

O Brasil, que já registrou o maior aumento global no setor no ano passado, com 16% de alta nas vendas online, superou mercados como América do Norte (12%) e Europa Ocidental (10%), segundo o “Relatório de Transformação Digital da América Latina 2024”, elaborado pela Atlantico, instituição de Ciência e Tecnologia.

O crescimento do setor tem atraído novos empreendedores. A head de Produto da Yampi, Paula Gonsalez, revela que, aproximadamente, 400 mil novos lojistas criaram negócios na plataforma de e-commerce gratuita em 2024, sendo que 80% estão estreando no comércio eletrônico. “Isso demonstra o interesse de muitas pessoas em ingressar no digital e vender online”, observa.

Embora os números sejam animadores, abrir um e-commerce exige planejamento. Em entrevista à imprensa, o especialista em negócios digitais do Sebrae-SP, Eder Max, explica que, além dos custos necessários para montar qualquer tipo de loja, como os relacionados ao estoque, também é preciso considerar despesas adicionais, como os recursos destinados à logística e avaliação do custo-benefício da plataforma escolhida para a loja.

Ao abrir uma loja virtual própria, o empreendedor tem a liberdade de personalizar o seu site e escolher os meios de pagamento que desejar. Contudo, é preciso ter conhecimento técnico e apoio de um profissional para implementar essas mudanças, o que pode exigir gastos elevados, conforme pontua o especialista.

Por outro lado, apesar de ser necessário seguir as regras estabelecidas pelo fornecedor do serviço, criar uma loja virtual gratuita em uma plataforma de e-commerce pode ser uma opção para aqueles que desejam praticidade e suporte.

Como criar uma loja virtual que conquiste e fidelize clientes?

Para obter sucesso ao criar uma loja virtual, Gonsalez destaca que o importante é “fazer o básico bem feito”, entregando uma boa experiência de compra para o cliente. O ambiente deve transmitir credibilidade e confiabilidade, com um checkout transparente, oferecendo meios de pagamento seguros e avaliações de outros compradores.

“A loja é como uma vitrine para o mundo. Apresente fotos atraentes dos produtos com descrições claras, tenha preços competitivos e garanta um bom atendimento tanto na pré, quanto na pós-compra. Isso fará toda diferença na experiência de compra, recompra e eventual fidelização do cliente”, recomenda.

A head de Produto da Yampi pontua que aqueles que estão começando precisam construir uma reputação no ambiente digital e, para isso, é preciso usar estratégias de marketing, pagas e gratuitas, para conseguir realizar as primeiras vendas.

Também é importante otimizar a loja para dispositivos móveis e ter atenção à velocidade da página, tendo em vista que sites lentos podem levar à desistência e diminuir a conversão na finalização da compra.

Segurança digital deve ser priorizada

A segurança cibernética também é uma prioridade para lojistas e consumidores. Pesquisa da Akamai mostra que 58% dos compradores online consideram essencial saber que estão navegando no site ou aplicativo oficial de uma marca.

Garantias sobre a proteção de dados financeiros durante as transações também são importantes, sendo mencionadas por 54% dos entrevistados, além de 40% dos participantes afirmarem que não fariam uma nova compra em um site em que tenham ocorrido vazamentos de dados e incidentes de segurança, ainda que a empresa tenha realizado melhorias.

O gerente de estratégia de indústrias da Akamai, Helder Ferrão, afirma que é fundamental estabelecer um ambiente online que transmita confiança e segurança aos consumidores em todas as etapas da experiência de compra. Isso abrange não só a proteção de informações pessoais e financeiras, mas também a disponibilização de canais de atendimento que reforcem a sensação de um processo de compra simples e seguro.

Confira tendências do e-commerce para 2025

Gonsalez aponta as tendências do e-commerce para 2025. Segundo a especialista, o uso da Inteligência Artificial (IA) é uma delas. Há várias maneiras de usá-la para otimizar a loja e vender mais, seja no atendimento ou na recomendação de produto de acordo com as buscas recentes do cliente.

Ela indica que o social commerce, que esteve em alta em 2024, também deve continuar. Segundo o relatório CX Trends 2024, 70% dos consumidores utilizaram as redes sociais para realizar uma compra nos 12 meses anteriores à pesquisa.

“O lojista deve integrar sua loja com essas redes. O comportamento mudou, e muitas pessoas procuram produtos em redes sociais ou clicam em anúncios nas redes sociais para finalizar a compra na loja.”

O uso de estratégias de fidelização de clientes, como oferecer compras recorrentes ou participação em clubes de assinaturas da loja, já é uma prática bem conhecida e que, segundo ela, pode crescer ainda mais. Isso devido ao lançamento do Pix automático, que pode despertar o interesse de clientes que usam Pix como forma de pagamento.

Imagem de tirachardz no Freepik

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