Senhores eleitos, vamos falar de turismo?
Vinicius Lummertz
Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 210, ou 32,6%, são turísticos ou têm potencial de desenvolvimento como polo indutor de viagens. Não é pouco. São 70 estâncias, amparadas por décadas de reconhecimento e, em contrapartida, o recebimento de transferências voluntárias para melhorias contínuas, proporcional à sua geração e ICMS, e 140 municípios de interesse turístico (MITs) que também recebem recursos, porém o mesmo valor para todos.
A partir de janeiro os prefeitos eleitos ou reeleitos, e os vereadores, terão a chance de, em quatro anos, contribuir para o desenvolvimento turístico de suas cidades.
Desde meados de 2012, segundo a Organização Mundial do Turismo, mais de 50% das chegadas internacionais de turistas têm como objetivo destinos urbanos. Isso demonstra a importância das cidades para o desenvolvimento do setor.
Bem cuidadas, com atrações públicas e privadas, eventos, seguras e valorizando propostas autênticas, podem ocupar um lugar destaque. Por certo que nem todas receberão estrangeiros, que chegam em pequeno número ao Brasil, mas há a relevância local, funcionando como âncoras regionais. Exemplos não faltam.
O desenvolvimento econômico do Estado, até os anos 50, ocorreu com mais força na porção leste: Vale do Paraíba, capital, parte do litoral sul, e as chamadas Mogiana, parte da Baixa Paulista e da Central e um trecho da Baixa Sorocabana. Ou seja, um terço do território. Basicamente pela produção e o transporte ferroviário do café.
Já os municípios turísticos estão espalhados por todo o Estado. Rosana, a 750 quilômetros da capital, é MIT. A 650 quilômetros, também na divisa do Moto Grosso do Sul, Presidente Epitácio é estância. Andradina e Olímpia são bons exemplos: a primeira está construindo um parque aquático que mudará o eixo do turismo; na segunda, o público que visita as atrações molhadas tem à disposição 23 mil quartos de hotel, novos estão em construção, e pelo menos a metade dos visitantes são da Grande São Paulo.
O que quero dizer com isso? Que o turismo, como fato social e econômico, pode contribuir para o desenvolvimento local e regional. Pode fazer parte do mix produtivo de qualquer cidade. Não há efeitos colaterais. A atual gestão do Governo do Estado criou instrumentos para incentivar, como as rotas cênicas que atenderão quatro regiões e os Distritos Turísticos, que podem incluir mais de uma cidade em um arranjo que atraia investimentos.
Para tanto, é importante que viagens e turismo sejam entendidos da maneira correta, como uma atividade que gera empregos, gera renda, gera impostos. Ao investir corretamente, em projetos bem pensados e planejamentos, as cidades melhoraram para os moradores e, assim, tornam-se mais atraentes para os visitantes. Pensem nisso. Pensem no turismo.