Cidadania

Questões judiciais entre Scarlett Johansson e Disney: entenda o que aconteceu e a resolução

Atriz alegou ter sido prejudicada pela estreia híbrida (streaming e cinemas) do título Viúva Negra; produtora e atriz já entraram em acordo

Em julho deste ano, a atriz Scarlett Johansson abriu um processo no Tribunal Superior de Los Angeles contra a Disney. O motivo? Basicamente, a atriz alegou que o lançamento do título Viúva Negra simultaneamente nos cinemas e nos serviços de streaming da empresa não foi algo previamente acordado entre as partes. De acordo com a estimativa do Wall Street Journal, que publicou a notícia sobre o processo, o prejuízo de Scarlett com a situação foi de US$ 50 milhões. Cerca de três meses depois do ocorrido, em outubro deste ano, as partes finalmente chegaram a um acordo para encerrar o processo aberto em julho.

Mas, afinal, o que aconteceu? A indústria do cinema segue alguns protocolos, como, por exemplo, a janela de exibição de um filme, que é o período entre a estreia nos cinemas e a disponibilização em mídias físicas e digitais (como canais de streaming e Blu-Ray, por exemplo). No geral, esse intervalo era por volta de três meses, e trata-se de um acordo comercial e estratégico entre as distribuidoras que administram as redes de cinema. No entanto, com a alta dos serviços de streaming e, principalmente, após a pandemia, o consumo de filmes foi alterado.

Com o isolamento social para conter a propagação do vírus, as salas de cinema tiveram de fechar as portas, e, com isso, o streaming atingiu um novo patamar na vida dos consumidores. Mesmo com a flexibilização dos protocolos de segurança, a janela de exibição de um filme teve seu tempo reduzido: o que antes eram três meses, agora são estreados quase simultaneamente no cinema e nas plataformas digitais de streaming. 

Dentro do Disney+, serviço de streaming da própria Disney, quem tem acesso ao plano Premier Access pode assistir aos lançamentos da empresa, sem precisar ir ao cinema. Isso não é novidade somente da Disney – a Warner e a HBO também estão trabalhando de maneira conjunta para a estreia de filmes da distribuidora. 

Além dessa questão, há também os contratos comerciais entre a produtora e os atores que dizem respeito ao cachê – que, em parte, vem das bilheterias do filme, e que, para entender mais profundamente suas questões jurídicas, somente com a ajuda de um estudante da faculdade de direito ou profissional formado. Mas, em termos mais simples, no caso de Scarlett, ela atuou no filme e ainda foi produtora-executiva do título, o que lhe renderia uma bolada vinda das vendas nas bilheterias. Segundo ela, porém, a Disney havia deixado claro que o lançamento de Viúva Negra seria apenas nos cinemas e, passada a janela de exibição acordada, iria para o Disney+. 

Com a situação já finalizada com o acordo entre a atriz e a produtora, a expectativa é de que Hollywood se adapte à chegada do streaming para as estreias e para os novos acordos jurídicos entre funcionários, produtores e distribuidoras.

Foto:istock

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