Colunista Jefferson FernandesEntretenimento

O TEATRO BRASILEIRO PERDE O ÚLTIMO GRANDE DIRETOR DE UMA GERAÇÃO

Com a morte de Zé Celso (Araraquara, 30 de março de 1937 – São Paulo, 6 de julho de 2023), o teatro brasileiro perde o último grande diretor de uma geração que contou com nomes como Augusto Boal, Antônio Abujamra, Antunes Filho, Flávio Rangel, entre outros poucos…

O “Dionisíaco” José Celso Martinez Corrêa, o “Zé Celso” com seu Teatro Oficina (Teatro Oficina Uzyna Uzona), conseguiu dar voz, não só aos grandes autores do teatro, mas também a importantes pautas de nosso país, muitas vezes, assumindo posições corajosas que poucos tiveram a coragem de assumir.

O Teatro Oficina, é um marco, não só de São Paulo, mas também do Brasil. Pelo palco do Oficina, Zé Celso pode montar Tenessee Williams, Shakespeare, Bernard Shaw, Gorki, Eurípides, Brecht,Euclides da Cunha, Tchekhov… Entre As Bacantes, Hamlet, O Rei da Vela, Cassilda!, Galileu Galilei, Os Sertões, O Banquete, Roda Viva e outras tantas; quem assistiu, pelo menos, uma peça no Oficina, não saiu de lá o mesmo que entrou…

A irreverência, incoerência (no melhor sentido do termo), ousadia e a subversão, de Zé Celso, no Oficina, chocou muitos, maravilhou muitos mais e manteve viva a alma do teatro, em um momento onde a arte, perde sua real relevância, num mundo onde tudo é “para ontem” e tudo é descartável. Obsolescência não é algo que está no dicionário do Oficina de Zé Celso e de seu grandioso Elenco!

Zé Celso deixa um legado artístico e cultural que deve ser preservado e apreciado por todos que gostam de arte e da arte do teatro.


Foto:© José Celso Martinez/Instagram

Por JEFF FernandesPsicanalista em formação,Jornalista, Produtor de áudio e Locutor

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