Libido feminina: Um tabu que precisa ser quebrado
Um assunto pouco comentado no universo feminino é o tal do apetite sexual. A médica Dra. Hellisse Bastos mostra que, apesar de ser algo tão natural, a sociedade ainda não sabe como lidar com este assunto tão importante para as mulheres.
De um lado: Cláudia Ohana, Sthefany Brito e Sabrina Sato. Do outro: Xuxa e Cláudia Raia. Você sabe em que contexto tais celebridades estão em posições opostas? Elas deram declarações para a imprensa falando da libido, um tema ainda recheado de tabus, e isso despertou a atenção do público.
Um tema comum a qualquer mulher, mas ainda recheado de tabus. Afinal, biologicamente falando, a principal função do ser humano na Terra é procriar e perpetuar a espécie, como qualquer outro animal. E o tesão tem tudo a ver com isso, ressalta a médica dermatologista Dra. Hellisse Bastos. “O impulso sexual é controlado pelo sistema límbico, que é a parte mais ‘primitiva’ do cérebro. Esse mesmo sistema está associado a várias funções, incluindo o olfato, as emoções, o toque, prazer. Porém, à medida em que envelhecemos para a procriação, o corpo pode entender que esse impulso para o sexo não seja mais tão necessário. Daí ser absolutamente normal o desejo cair”. A natureza rege os sistemas de nascer, procriar e morrer, mas para nós seres humanos vai muito além com a evolução da espécie, e o apetite sexual faz parte dessa transformação estando ligado a longevidade e a qualidade de vida principalmente para as mulheres, pois a capacidade ovariana é autolimitada, e vivemos a maioria das vezes mais tempo do que o período o período de procriação.
Libido feminina
A médica lembra que a libido é multifatorial: “Depende de fatores fisiológicos equilibrados, como a relação estrogênio, progesterona e testosterona. Também envolve a auto-estima, afinal, se essa mulher se sente bem consigo mesma e isso envolve o auto-cuidado com seu corpo, a sua pele, e principalmente a forma que lida com seus pensamentos. Às vezes, eles podem ser autodestrutivos, negativos e com nível de exigência irreal”, acrescenta.
Além da idade, Dra. Hellisse revela que o uso de anticoncepcional, principalmente cronicamente, “é um fator importante para desequilíbrios hormonais. Além disso, a alimentação industrializada, processada, aquela que é rica em trigo e açúcares são grande fator de desequilíbrio hormonal e baixa libido, além de estar associado a obesidade”. Sim, o sedentarismo associado é um fator crucial para a piora do desejo sexual e piora da composição corporal a relação músculo/gordura/ osso.
Diante da falta de apetite sexual, a médica lembra que tal situação pode ter uma relação direta com os neurotransmissores. “Os hormônios têm participação nisso, pois pode ser uma função neuro-hormonal, mas não é uma questão somente hormonal. Além disso, é bom fazer um exame para verificar como está a situação da testosterona e outros hormônios”. Por outro lado, nem tudo é culpa dos hormônios, adverte a médica.
Outra forma de melhorar esta situação, recomenda a médica, é investir na prática de atividade física e mudar os hábitos, adotando uma alimentação natural. “Essas ferramentas são importantíssimas para um bem-estar corporal e mental fazendo a mulher se sentir mais bela, autoconfiante, com a circulação sanguíneos mais intensa, rica em micronutrientes e permitindo os melhores níveis na produção de hormônios da felicidade como a endorfina e serotonina, por exemplo”, cita a Dra. Hellisse.
Para se ter uma ideia do quanto estas dicas são importantes, a atriz Cláudia Raia participou de um evento virtual voltada a pessoas entre 45 e 65 anos, e, dentre suas declarações, uma chamou a atenção: “Hoje sou dona da minha vida, do meu dinheiro, da minha força de trabalho, da minha criatividade, do meu desejo, da minha libido. Entendo meu corpo e minha mente de uma maneira muito mais completa. Sei bem o que quero, quando quero e como quero, e não tenho problema nenhum em falar o que penso. Me sinto completamente à vontade com meu corpo”.
Por outro lado, a atriz Cláudia Ohana deu uma entrevista para o jornal O Globo mostrando uma outra visão sobre o assunto. Aos 58 anos de idade, ela falou sobre a vida sexual: “Imagina que comecei aos 15, a gente vai conhecendo muita coisa e se tornando mais seletiva. Cada vez mais. Talvez, aos 70, eu chute o balde total e não seja nem um pouco seletiva. Além de se tornar seletiva, não há mais aqueles hormônios todos. A gente não precisa mais seduzir o mundo inteiro, uma coisa que, quando se é muito nova, com todos os hormônios, a gente tem necessidade”. Além disso, a atriz afirmou como a libido diminuiu: “Pelo menos, eu era assim. Hoje, não tenho mais a necessidade de seduzir todo mundo”. (O tesão) “dá uma diminuída, e acho bom”.
Como se vê, apesar dos tabus e da forma que as atrizes falaram sobre o assunto, Dra. Hellisse reforça que não existe apenas “uma única solução para melhorar a libido, daí estas dicas podem ajudar muito. E se precisar, procure ajuda profissional. Para o casal, é fundamental que os dois tenham consciência de que vai ser preciso um empenho para que a coisa aconteça. Seja depois da gravidez, ou dependendo da idade, o importante é que não impede que o sexo perca a importância na nossa vida ou deixa de ser bom quando ficamos mais velhos. Ao contrário, pode ser a melhor parte dela”, completa a médica.