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Exercícios na infância e adolescência previnem depressão

O sedentarismo na infância desenvolve maior probabilidade de depressão na adolescência e vida adulta. É o que revela um estudo publicado em março no The Lancet Journal of Psychiatry, periódico britânico com foco em saúde mental. A relação de saúde mental, mais especificamente a prevenção da depressão, a médio e longo prazo e exercícios físicos foi observada em um grupo de pessoas desde os 7 aos 18 anos, e a conclusão foi de que crianças inativas têm cerca de 30% mais chances de desenvolver problemas emocionais no futuro.

O estudo observou os mesmos jovens em três períodos diferentes do desenvolvimento: 12, 14 e 16 anos. Foi analisado o tempo que gastavam com atividades físicas durante o dia e a intensidade dos exercícios (sedentário, atividade leve, atividade moderada/intensa).

Dos 12 aos 16 anos, constatou-se que havia uma diminuição mais significativa na movimentação dos adolescentes, e é exatamente daí que vem a maior preocupação dos pesquisadores. Foi apurado que, a cada uma hora a menos de exercícios físicos no dia nessa faixa etária, sejam eles a prática de esportes ou atividades mais básicas como deslocamentos a pé, as chances de desenvolver depressão aos 18 anos aumentam em 8 a 11%. Para o grupo de jovens que tinha comportamento majoritariamente sedentário, a taxa de comportamento depressivo no fim da adolescência foi de 24,9 a 28,2% maior do que a de crianças ativas.

A psiquiatra Denise Gobo, em entrevista ao Globo Esporte, explica de que maneira a atividade física influencia nos sintomas da depressão, através de mecanismos psicossociais e biológicos. Ela reduz a inflamação cerebral, estimula alterações cerebrais na formação de áreas ligadas à depressão, através da neuroplasticidade, e promove a melhora da autoestima. Porém grandes períodos de comportamento sedentário podem anular esses benefícios, aumentando o risco de desenvolver sintomas depressivos”, diz.

Além desse fator, o esporte ainda na infância estimula o crescimento, melhora a postura e o equilíbrio, estimula a socialização e o autoconhecimento – por revelar capacidades e talentos – e ajuda a lidar com situações diversas do dia a dia, já que o controle corporal é mais desenvolvido em crianças ativas.

A prática de natação, por exemplo, além de melhorar a resistência física, também evita afogamentos. Dentre as atividades mais comuns em aulas de educação física nas escolas, vôlei,  handebol e basquete trabalham intensamente os membros superiores, enquanto o futebol fortalece os inferiores, o que ajuda a reagir melhor diante de acidentes como quedas.

È importante ressaltar que as brincadeiras, mesmo as feitas em casa, também são exercícios e podem ser intensas. Portanto, é necessário o uso de equipamentos especiais, tais como tênis de corrida e chuteiras infantis, para evitar lesões e melhorar o desempenho da criança.

Foto: Divulgação

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