Economia

E-commerce registra 5,7 milhões de novos consumidores entre abril e junho

Mesmo com a reabertura em algumas cidades, varejistas acreditam que a tendência de compras pela internet permanecerá

O comércio eletrônico brasileiro registrou 5,7 milhões de novos consumidores entre abril e junho, de acordo com dados da pesquisa realizada pela Neotrust/Compre&Confie. No mesmo período de 2019 foram cerca de 4,3 milhões de pessoas que fizeram suas primeiras compras pela internet, e o e-commerce registrou 31,4 milhões de clientes únicos durante os 12 meses.

Outro estudo realizado em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), mostra que o e-commerce brasileiro faturou 56,8% a mais nos cinco primeiros meses de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. O crescimento – mesmo que já fosse esperado receber um número maior de compras – foi impulsionado pela quarentena e pelas restrições aos comércios físicos. 

Agora, quase cinco meses depois das recomendações iniciais de isolamento social, diversas cidades do Brasil reabrem aos poucos lojas e shoppings. Apesar disso, a projeção feita por varejistas de redes como Magazine Luiza e Carrefour é de que esses novos clientes irão continuar optando pela compra online e de que os números do setor ainda terão mais altas.

Mesmo que a tendência permaneça em alta, estratégias para tornar a compra no e-commerce ainda mais atrativa ao consumidor deverão ser tratadas. Nessa modalidade, como o contato é prolongado entre o momento da compra e a entrega do pedido, o foco na experiência do usuário deve ser maior. Desta forma, o marketing de relacionamento, com um sistema de atendimento funcional e presente em múltiplas plataformas, poderá ser a chave para a fidelização dos clientes a longo prazo no e-commerce.

Para Stéphane Engelhard, vice-presidente do Carrefour, com as mudanças realizadas pela empresa, consumidores que não eram acostumados com as compras online migraram para o serviço. “Revimos preços, ofertas de produtos e ampliamos o marketplace com produtos alimentares e perecíveis. Clientes migraram para o e-commerce em busca de segurança e o setor alimentar não deve mudar esse comportamento”, afirma Engelhard.

Os comércios de rua chegaram a apresentar uma perda de 36% no faturamento durante a pandemia e o isolamento social. Em muitos casos, as quedas só não foram maiores devido ao desempenho do e-commerce e das vendas realizadas por meio das redes sociais. O setor de vestuário, por exemplo, cresceu cerca de 45% ao mês neste período, segundo estimativas de especialistas do ramo.

O rendimento do e-commerce em meados de junho foi 41,5% maior em comparação com fevereiro, mês em que ainda não havia registros de Covid-19 no país. Desde então, super e hipermercados são o destaque positivo no faturamento, com alta de 16,1%. A categoria, que pode seguir operando, também aproveitou os novos hábitos e necessidades de compra dos brasileiros para vender itens de ticket médio maior, como eletrodomésticos e eletrônicos.

Foto: iStock

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