Autismo na infância: dicas para desenvolver o aprendizado do seu filho
Brincadeiras e jogos são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo infantil e para perceber as suas dificuldades no aprendizado
As doenças psicológicas e neurológicas sempre foram assuntos tratados com muita precaução e preconceito, inclusive os meios de comunicação evitam trazer o assunto, pois compromete a audiência esperada, mas com a mudança no comportamento das pessoas e a orientação de especialistas, hoje essa problemática é tratada com muito mais empenho e apoio das redes de transmissão. Entender, por exemplo, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem sido amplamente divulgado, já que atinge inúmeras famílias no Brasil. O autismo, como é popularmente conhecido, é marcado por perturbações no desenvolvimento neurológico da criança, e uma de suas características marcante está na dificuldade de relacionamento social, além de deficiência no domínio da linguagem, uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos e também um padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Com diferentes graduações, o transtorno pode ser mais leve ou mais grave, mas em todos os níveis, é identificado pela dificuldade de comunicação e relacionamento social. De acordo com o quadro clínico, o transtorno pode ser classificado em: autismo clássico; autismo de alto desempenho ou síndrome de Asperger; distúrbio global do desenvolvimento, sem outra especificação. Atualmente, especialistas apontam que o transtorno atinge 1 em cada 100 crianças em um dos níveis mencionados acima, e afeta mais meninos do que meninas. Outra observação está no fato de que o autismo se instala nos 3 primeiros anos de vida, exatamente quando os neurônios deixam de formar as conexões entre a comunicação e os relacionamentos sociais.
Com o tratamento terapêutico multidisciplinar, com uma equipe composta de médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e pedagogos, a criança chegará na adolescência e na vida adulta com capacidade de enfrentar o dia a dia. Admite-se hoje que causas do autismo estejam relacionadas à existência de fatores genéticos, biológicos e ambientais, porém a ciência ainda não obteve as respostas de como é o cérebro do portador desta síndrome, assim como a cura definitiva para o transtorno. Portanto, cada caso é tratado de maneira específica e individualizada, com a presença de pais, familiares e equipe multidisciplinar da área da saúde, a fim de promover a reabilitação global do paciente e sua integridade como pessoa. Vale esclarecer que o uso de medicamentos somente tem indicação para as complicações e comorbidades, caso surjam.
A família tem papel fundamental no acompanhamento do portador de autismo, tanto que conhecer as características do transtorno e aprender técnicas para facilitar o relacionamento, a comunicação e a autossuficiência do portador é de suma importância. A AMA (Associação dos Amigos dos Autistas), entidade sem fins lucrativos, presta apoio e orientação para os familiares. Cabe lembrar que o portador do espectro pode apresentar bom rendimento em determinadas áreas do conhecimento, portanto é dever incluí-lo nos ambientes sociais e respeitar suas limitações de interação. Tanto é que podemos observar uma brincadeira sugerida para a educação infantil: o Lego, em que as crianças podem estimular o seu encaixe e a sua concentração, além das habilidades na resolução de problemas, planejamento e organização; portanto, um jogo que atende a todos os perfis infantis.