Economia

Qual a relação entre a saúde mental e a saúde financeira?

Entenda como as duas coisas se relacionam e como evitar bola de neve de dívidas

A pandemia trouxe muitas preocupações. Não somente com a saúde física, em razão do coronavírus, mas também pela crise financeira imposta pelo isolamento social. É algo claro: a ansiedade nem sempre depende apenas da integridade física, posto que a situação econômica influencia muito a saúde física e mental.

É fato que a saúde psicológica piorou para muitos durante a pandemia, especialmente entre as pessoas economicamente menos favorecidas. Com tantos estímulos, o Brasil evidenciou que os níveis de ansiedade e depressão cresceram nos últimos 19 meses, e passar por problemas financeiros pode estimular sentimentos negativos, que podem desencadear distúrbios mais graves.

A preocupação pela falta de dinheiro, por exemplo, pode causar estresse, assim como medo e ansiedade. E essa não é uma afirmação posta da boca para fora: uma pesquisa realizada pela American Psychological Association (APA) aponta que a falta de dinheiro é a principal fonte de estresse no mundo. A pesquisa destaca também que quase 50% das pessoas que têm dívidas têm também problemas de saúde mental. 

A situação econômica é, portanto, mais do que uma dor de cabeça: quase 90% dos entrevistados que experienciam problemas psicológicos relataram que a situação financeira proporcionada pela pandemia fez a saúde mental piorar. E esse é um resultado já esperado, visto que cerca de 20% das pessoas com transtornos mentais têm algum tipo de problema financeiro. 

A pesquisa destaca ainda que as pessoas neurotípicas têm quase quatro vezes mais chances de ter dívidas, comparadas a pessoas comuns.

Saúde mental atrapalha as decisões financeiras

É de se esperar, portanto, que um problema esteja relacionado ao outro. Isso porque, quando uma pessoa apresenta algum transtorno emocional, tende a tomar decisões que não são favoráveis para as finanças. Algumas pessoas costumam gastar mais nessas horas – muitas vezes, em coisas desnecessárias –, o que culmina dizer que o estresse impacta de forma negativa a capacidade de tomar decisões de forma racional. 

Dessa forma, quando se está estressado, há menos controle, o que faz com que seja mais difícil economizar e, consequentemente, a pessoa se torna mais impulsiva nas compras.

Ou seja, assim como as finanças afetam a saúde mental, o mesmo acontece de forma contrária. No entanto, é possível solucionar e manter a saúde como um todo equilibrada. 

Uma saída para solucionar os problemas

Um conselho para quem tem problemas emocionais é, antes de tudo, procurar a ajuda de um médico especialista, como um psicólogo ou psiquiatra. E, embora o tratamento psicológico afete positivamente as finanças, é também importante manter as finanças e os gastos controlados, o que só é possível mediante ao acesso à educação financeira.

A avaliação do orçamento sobre quais despesas podem ser eliminadas, mesmo que temporariamente, e as que podem ser reduzidas é de muita valia. O controle do consumo de água, gás e energia elétrica, assim como o pacote de telefonia e alguns hábitos de consumo no supermercado, fazem toda a diferença no fim do mês.

Além disso, fontes alternativas de renda sempre são bem-vindas para incrementar o orçamento disponível em momentos de aperto. Aulas de violão, idiomas ou reforço escolar, produção de bijuterias, venda de bolos e brigadeiros são todas ideias válidas – o que for possível na condição em que a pessoa se encontra. É possível também cadastrar-se em programas assistenciais do governo, em casos mais extremos. Por fim, a opção de contratar um empréstimo online pessoal para quitar dívidas pode ser a solução para se livrar daquelas com juros mais pesados, como do cartão de crédito. Geralmente, os juros dos empréstimos são menores; no entanto, essa opção deve ser muito bem estudada e avaliada em cada situação.

Foto:istock

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