Os impactos da nova taxa do consignado
Limites nas taxas podem mudar forma de conseguir empréstimos
No início do mês de março, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou uma redução na taxa de juros do empréstimo consignado. De acordo com o CNPS, a nova taxa agora não pode passar de 1,97% ao mês, no caso dos empréstimos convencionais.
A mudança também atinge os juros das operações com cartão de crédito consignado, que passam de 3,06% para 2,89% ao mês. Portanto, houve uma mudança no teto de juros em ambas as operações.
De início, essas reduções nos juros podem trazer efeitos positivos no que se refere aos custos dos empréstimos para os consumidores. Confira o que vai mudar e o que pode melhorar ou piorar com a mudança.
Empréstimo consignado
O empréstimo consignado é uma das modalidades mais baratas de crédito, pois as parcelas do empréstimo são descontadas na folha de pagamento ou do benefício.
Por causa disso, a possibilidade de calote é praticamente nula, o que traz benefícios para ambos os lados. Quem toma o empréstimo pode se beneficiar com taxas mais baixas do que a média do mercado, ter maior prazo de pagamento e trocar uma dívida cara por outra barata. Por outro lado, a instituição que faz o empréstimo tem menos risco de sofrer um calote por falta de pagamento.
Por isso que o empréstimo consignado sofreu uma grande expansão nos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira dos Bancos (ABBC), existem cerca de R$215 bilhões em empréstimos consignados, dos quais R$5,2 bilhões foram concedidos nos últimos 12 meses. O valor médio por empréstimo é de R$1.576,29.
Vantagens e desvantagens do corte de juros
Por isso, o tabelamento de juros por parte do CNPS tem potencial para impactar um mercado bilionário no Brasil. A medida foi aprovada por 12 votos a favor e apenas três contra, mas a ABBC e os bancos já se mostraram contrários à redução.
De fato, a queda nos juros pode tornar os empréstimos mais baratos, ajudando a reduzir os custos da operação. E dado que a maioria dos aposentados no Brasil recebe até 1,5 salário mínimo, esse impacto pode ajudar o grupo a ter menos custos e até a contrair mais empréstimos, seja para consumo ou para pagar dívidas mais caras.
Além disso, a ABBC coloca que mais de 40% dos tomadores de empréstimos consignados estão com o nome negativado. E por causa da forte garantia, o consignado não exige que o tomador esteja com o nome limpo na praça, o que facilita a contratação.
Foto de Anna Nekrashevich: https://www.pexels.com/pt-br/foto/anonimo-fundo-segundo-plano-experiencia-6802042/