Saúde

Quando começamos a ter lembranças?

A maioria das pessoas só tem lembranças mais concretas a partir dos quatro anos de idade

Ao pensar em lembranças antigas, provavelmente o mais longe que você consegue chegar é aos 4 ou 3 anos. E essas memórias tendem a envolver alguma situação marcante, seja ela engraçada ou até mesmo traumática.

As memórias orientam nossas decisões, influenciam pensamentos e exercem um grande impacto em nossas reações emocionais. Dessa forma, ela é fundamental para o desenvolvimento infantil, sobretudo para a capacidade cognitiva.

Neste artigo, você vai descobrir quando começamos a ter lembranças e por que algumas pessoas guardam mais memórias do passado do que outras. Acompanhe a leitura!

Quando começamos a desenvolver lembranças?

De acordo com os especialistas, o desenvolvimento das lembranças começa ainda dentro do útero, uma vez que os neurônios responsáveis pelas memórias se formam no último trimestre da gestação.

É por esse motivo que, quando um bebê nasce, ele reconhece instantaneamente a voz da mãe.

Quando a memória de longo prazo é desenvolvida?

Acredita-se que começamos a desenvolver a memória de longo prazo a partir de 1 ano e 4 meses de vida, junto ao desenvolvimento da linguagem, o que possibilita uma melhor compreensão das nossas lembranças.

A partir dos 4 anos, começamos a armazenar memórias que poderemos lembrar daqui muitos anos. Entretanto, salvo raras exceções, durante a vida adulta ninguém se lembra de nada que aconteceu nos seus primeiros 3 anos de vida. Isso acontece devido a um mecanismo conhecido como “amnésia infantil”.

Segundo pesquisadores da área, a incapacidade de nos lembrarmos dos nossos primeiros anos de vida está relacionada ao cérebro, uma vez que ele está ocupado criando neurônios, o que dificulta a capacidade de armazenamento de memórias de longo prazo.

Não é possível ter lembranças anteriores aos 3 anos de idade?

Talvez você conheça pessoas que afirmam ter lembranças de alguma situação, momento ou até mesmo imagem de quando tinham 3 ou menos anos de idade. E, apesar de improvável, não é impossível.

Isso porque nossa mente pode armazenar esses tipos de memórias de forma difusa, principalmente se nos impactaram profundamente.

Ou seja, embora até seja possível ter lembranças anteriores aos 3 anos, normalmente elas são confusas e vagas.

Por outro lado, também é possível inventarmos memórias. Por exemplo, ao ouvir uma história repetidamente, existe a chance de criarmos imagens dela em nossa mente e acreditarmos que sejam lembranças, mas na realidade não são.

Por que algumas pessoas têm mais lembranças que outras?

A memória é uma capacidade mental desenvolvida e aperfeiçoada desde que nascemos. Quanto mais estímulos temos desde o ventre materno, mais conexões neurais são criadas — o que aperfeiçoa nossas habilidades, como a memória e a inteligência.

Sendo assim, quanto mais cedo as crianças são estimuladas nesse sentido, elas tendem a ter mais lembranças e a serem mais inteligentes em comparação a outras que tiveram a mente menos explorada.

Isso se confirma por meio de diversos estudos que foram feitos sobre a memória infantil, em que foram compradas as primeiras lembranças de crianças de diversos países.

Os resultados apresentaram uma diferença de até quase dois anos entre alguns grupos e outros — o que os autores atribuíram a uma riqueza oral maior, em que a palavra e as histórias são muito importantes para os bebês.

Em outras pesquisas, também foi constatado que as crianças que crescem em uma família grande, ou seja, convivem com muitos parentes, têm lembranças mais cedo e mais densas do que aquelas que crescem basicamente com pai e mãe.

Diante disso, como mencionado, crianças que têm uma estimulação oral maior desde bebês são mais propensas a criarem e a colocarem lembranças em suas mentes mais cedo.

Então, se você deseja que seu filho tenha uma boa memória de quando era criança na vida adulta, converse com ele e conte histórias a partir da vigésima semana de gestação.

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