Pesquisa mostra que 82% das pessoas têm intenção de viajar em 2021
Para este ano, a maioria dos pesquisados afirma se sentir insegura com a saúde e a condição financeira
As medidas de combate à Covid-19 impediram viagens no primeiro semestre do ano e espalharam a sensação de insegurança sobre o cenário do turismo. Cerca de 82% das pessoas decidiram deixar os passeios para 2021 – a maioria não acredita que haja possibilidade de viajar neste ano.
Dos 1,1 mil entrevistados para o levantamento, realizado pelo Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (LETS/UnB) e Lapsocial – Laboratório de Psicologia Social, 52% entendem a Covid-19 como uma doença séria e 56% têm medo de se contaminar em aviões, caso embarquem ainda em 2020.
Para se sentirem seguros para viajar, os pesquisados ranquearam como necessidade e ausência de risco à saúde a chegada de uma vacina contra o coronavírus, a estabilidade financeira e o controle sanitário, respectivamente.
A aviação, um dos primeiros setores a sentir a crise do coronavírus, que apresentou diminuição na frequência de pousos e decolagens em 90% nos últimos três meses, já percebe reaquecimento em junho, com a reabertura de rotas nacionais e internacionais e a maior quantidade de voos, mas ainda não há previsão de normalização completa.
Neste mês, a Gol planejou realizar 100 viagens diárias para todo o país, um aumento de 47% em relação a maio. A Azul está implantando uma retomada de até 168 voos por dia. Já a Latam está com 74 itinerários nacionais no Brasil, atingindo 18% da sua capacidade – anteriormente, estava utilizando apenas 9%, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Para continuar a estimular essa retomada, as promoções de passagens de data flexível para 2021 aumentaram. Agências de viagens. companhias aéreas e setor hoteleiro tendem a promover descontos, além da possibilidade de remarcar a data das passagens aéreas, por exemplo.
Contudo, apesar das adaptações feitas por todo o setor, o cenário das viagens ainda é incerto. A Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem) do Paraná, por exemplo, publicou um comunicado pedindo para que a população tome cuidado com ofertas muito mais baratas de empresas que estariam mostrando preços “que não condizem com a realidade” e que “despertam os sonhos do consumidor, mas que podem se tornar um pesadelo”. Afinal, a estabilidade, tanto dos países que podem ser destinos turísticos, quanto das empresas, ainda é frágil, e imprevistos e inconsistências podem ocorrer.
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