Palco da final da Libertadores é criticado pela imprensa argentina
Estádio Monumental, em Lima, é antigo e não tem recebido jogos de futebol com frequência
A mudança de palco na final da Copa Libertadores da América, no dia 23 de novembro, tem acarretado uma série de problemas, em diversas perspectivas. Enquanto dentro de campo sites de apostas, como o Sportingbet e Bet 365, apostam em uma final disputada, com pequena vantagem para o River Plate, fora de campo o clima não é nada promissor.
Alvo de protestos da população contra as políticas neoliberais do atual presidente chileno, Sebastián Piñera, a partida precisou se transferida da capital do país, Santiago, para Lima, no Peru. No Brasil, torcedores do Flamengo têm relatado diversas dificuldades em conseguir o deslocamento para o novo palco da final. Passagens de avião para Lima estão custando quase R$ 4 mil reais em alguns casos, e a viagem de ônibus precisaria percorrer 6.500 km.
As pressões que a Conmebol sofreu para mudar o palco da final parece não ter agradado especialistas. O Monumental, estádio tradicional da capital peruana, tem sido alvo críticas pelo estado do gramado e a ausência de jogos oficiais no local.
O diário argentino Olé, o maior jornal esportivo da América Latina, afirmou em uma reportagem que o estádio Monumental, com capacidade para 80 mil espectadores, tem um problema grave no acesso, feito apenas pela Avenida Javier Prado. É inconcebível que a Conmebol não monitore a chegada das duas torcidas. A rivalidade entre brasileiros e argentinos estará à flor da pele no dia da grande decisão. Qualquer forma para evitar incidentes lamentáveis deve ser utilizada pela entidade para coibir o ânimo dos mais exaltados.
Outro ponto destacado pela reportagem é o fato de que desde que foi inaugurado, pouquíssimas ocasiões conseguiram fazer com o estádio, que pertence ao Universitario, ficar completamente cheio: no ano 2000, no duelo entre Peru x Equador; nos jogos entre Peru e Brasil (2013 e 2017), em um jogo de 2009 entre Alianza Lima e Universitario e durante um show do músico Paul McCartney.
Segundo outro jornal argentino, o La Nación, o Monumental é considerado um “elefante branco” no futebol da América do Sul, a começar pelo custo: 40 milhões de dólares. A Conmebol, no entanto, aposta no tamanho do estádio para conseguir arrecadar mais com a bilheteria. Ainda assim, é difícil imaginar que o torcedor peruano compareça ao estádio.
A reportagem do periódico argentino também destaca o contexto político para a escolha do Monumental como palco da final. “Agustín Lozano, presidente da Federação Peruana de Futebol (FPF), teve duas derrotas esse ano: ele perdeu oportunidades de sediar o Mundial Sub 17, assim como a final da Copa Sul-Americana”, assinala o texto.
Lima foi escolhida ao superar Medellín, na Colômbia, e Assunção, no Paraguai, onde fica a sede da Conmebol. Mesmo com todos os problemas, Flamengo e River Plate prometem fazer um grande jogo. A equipe brasileira tem sido apontada como a melhor do futebol brasileiro nos últimos anos. Do lado argentino, o River conquistou duas edições da Libertadores nos últimos três anos. Que tenhamos um grande jogo no Monumental
Monumental de Lima é utilizado pela seleção peruana – Foto: Reprodução-Goal