O bom uso do crédito consignado
Mesmo em um período de crise econômica decorrente da pandemia, o crédito bancário apresenta uma dinâmica positiva, com elevado volume de concessões – demonstrando forte proatividade das instituições financeiras –, graças a taxas de juros mais baixas e uma inadimplência considerada até aqui saudável pelo setor.
O desempenho positivo pode ser verificado pelos números registrados entre março de 2020 e março de 2021, período que corresponde ao primeiro ano de Covid-19. Segundo dados do Banco Central compilados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a concessão de crédito pelos bancos no primeiro ano da pandemia da Covid-19 chegou a R$ 4,5 trilhões, um volume médio de R$ 347,3 bilhões por mês – 6,3% superior ao volume médio concedido em 2019 quando não havia crise.
Parte desse crédito foi concedido a muitas famílias brasileiras em busca de recursos para equilibrar as contas nesses tempos de dificuldades financeiras agravadas pela pandemia. Somente em nossa instituição, o crédito à pessoa física somou R$ 178,391 bilhões no primeiro trimestre, com crescimento de 13,4% na comparação com o mesmo período do ano passado. Nesses meses, os produtos que apresentaram as maiores buscas foram o crédito imobiliário e o consignado, reflexo de nossa estratégia de produtos colateralizados (aqueles que têm um ativo como garantia, fazendo com que as taxas fiquem mais competitivas ao tomador) e do impacto do cenário econômico no consumo da população.
Crédito consignado
Apenas o saldo de crédito consignado somou R$ 49,352 bilhões, crescimento de 11,2% nos últimos 13 meses e 2,6% no trimestre. Temos uma atuação forte nessa modalidade de crédito porque possuímos taxas competitivas, tanto para correntistas como para quem não possui conta no banco. Essas taxas, que podem ser simuladas no próprio aplicativo do banco, variam de acordo com o perfil do cliente e o convênio firmado com cada órgão, público ou privado, e começam a partir de 0,90% ao mês.
Assim como outras instituições financeiras, estamos aptos a atender às exigências da recente Lei 14.131, que amplia a margem do empréstimo consignado de 35% para 40% do total do salário ou da aposentadoria e estabelece a possibilidade de carência de até 120 dias para pagamento da primeira parcela, em razão da pandemia. Entre os contemplados estão os beneficiários do INSS, que podem contratar empréstimo consignado com essa nova margem e carência. Para esse público, ao longo de 2020 emprestamos mais de R$ 10 bilhões e nossa expectativa é aumentar ainda mais esse recurso em 2021, não apenas nas grandes capitais, mas em regiões como o Vale do Paraíba, onde já temos presença expressiva. Para evitar o deslocamento às agências ou correspondentes em tempos de necessidade de isolamento social, esses clientes podem contratar o consignado por meio do aplicativo do banco ou pelo internet banking.
É importante ressaltar que, ao fazer essa opção de crédito, a pessoa física terá suas parcelas descontadas mensalmente e de forma automática diretamente do benefício previdenciário ou do salário pago pela empresa. Antes da contratação do crédito, portanto, o interessado deve verificar se a operação é adequada à sua realidade e necessidade financeira para que o consignado seja utilizado como um aliado dos compromissos de curto, médio e longo prazo.
Por Julio Cesar Vergaças Fernandes, superintendente da Rede SP Metro II do Santander Brasil