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Morar em áreas naturais realmente traz mais bem-estar?

Busca por áreas verdes tem se tornado cada vez maior

Há algum tempo que a relação entre natureza e saúde humana vem sendo investigada por diferentes ramos da ciência. É sabido que, com o êxodo rural e a mudança de grande parte da população para as grandes cidades, vários problemas até então inexistentes passaram a assolar a vida das pessoas.

O estresse causado pela correria do dia a dia, especialmente por conta do trânsito, unido à falta de qualidade do ar respirado são fatores que podem desencadear problemas de saúde. Vê-se, portanto, um movimento de quem busca proximidade com a natureza, saindo de São Paulo para ir morar na Praia Grande, por exemplo.

A pergunta que dá o título a esse texto é um tanto quanto complexa, pois há diversos fatores de grande impacto na vida das pessoas, como a condição socioeconômica e o modelo de trabalho. De modo geral, porém, há mais aspectos positivos do que negativos quando se fala de contato com o meio ambiente.

Contato com natureza se traduz em saúde

Segundo um relatório da União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (Iufro), denominado “Florestas e árvores para a saúde humana: caminhos, impactos, desafios e opções de resposta”, existem grandes evidências de que o contato com o meio ambiente é extremamente benéfico para a vida das pessoas.

Áreas verdes e árvores no perímetro urbano, por exemplo, podem ajudar na redução das temperaturas do ambiente, o que significa menos estresse e risco de queimaduras de pele. Ao mesmo tempo, a presença desse tipo de elemento ajuda a manter o ar mais limpo, reduzindo a incidência de problemas respiratórios.

O estudo mostra ainda que 28% dos óbitos de crianças com até 5 anos e 24% das mortes de pessoas com qualquer idade em escala mundial estão relacionados com fatores ambientais considerados insalubres, a exemplo da poluição do ar e dos chamados eventos climáticos extremos.

Menos risco de desenvolver doenças renais, respiratórias e depressão é outro fator relacionado ao morar perto de lugares arborizados. Foi o que concluiu um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, em 2017. Os dados foram obtidos a partir de mais de 100 mil prontuários entre os anos de 2000 e 2008.

Uma pesquisa de 2019 da Universidade de Oregon, também nos Estados Unidos, por sua vez, mostrou que existe uma relação positiva entre a saúde física e mental de pessoas que moram próximo a áreas verdes, como parques e reservas naturais – o que colabora para a ideia de que estar perto da natureza é algo que nos faz bem.

Trazendo um pouco da natureza para o seu cotidiano

Existe uma teoria predominante que considera que espaços naturais conseguem agir como verdadeiros “calmantes” para quem vive em uma cidade altamente movimentada. Não à toa, muitas pessoas buscam locais com praia, rio ou mata como destino na hora de descansar.

No entanto, como nem sempre é possível dar essa “escapada” para lugares desse tipo, uma alternativa interessante é a de trazer um pouco mais da natureza para a sua realidade. Você pode, por exemplo, ter vasos de plantas espalhados por alguns cômodos da casa, respeitando sempre as necessidades de luz e água dos vegetais.

Quem tem espaço extra, por sua vez, pode criar uma mini-horta e ter algumas folhas e verduras no conforto do lar. Outra solução também simples é praticar atividades físicas em áreas abertas, como parques e praças que tenham uma área verde, favorecendo o contato com o ar puro e a natureza.

Para além dos exercícios, também é possível ter atividades relaxantes nesse tipo de espaço, a exemplo da prática de meditação e ioga. Quem deseja transformar esse momento em um tipo de socialização, pode optar por fazer um piquenique no parque com os amigos, por exemplo.

Foto de Lukas Hartmann: https://www.pexels.com/pt-br/foto/brown-house-1127119/

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