Escritórios devem ser mais arejados e limpos no “novo normal”
Fatores globais de limpeza e segurança possivelmente serão integralizados para reduzir risco de contágio
Os escritórios tradicionais podem estar com os dias contados. A onda de preocupação e precaução em relação ao coronavírus deve, finalmente, chegar aos postos presenciais de trabalho, que estavam mais livres por conta da adoção do home office. No novo modelo, a configuração dos espaços deve mudar para garantir um ambiente mais arejado e com menos pessoas no mesmo espaço.
A reabertura gradual da economia fez com que vários trabalhadores voltassem aos seus locais de trabalho, inclusive parte dos colaboradores que estavam fazendo suas atividades de forma remota. Neste cenário há uma série de mudanças nos locais para que o risco de transmissão seja baixo dentro dos escritórios, usualmente projetados de forma fechada, com poucas janelas e pequenas salas de reuniões – anteriormente usadas por muitas pessoas ao mesmo tempo.
Entre as adaptações, estão a diminuição de objetos espalhados pelas mesas, a instalação de acrílicos e um maior espaçamento entre os funcionários, assim como a utilização de armários com cadeado para guardar os pertences de cada colaborador. No geral, os espaços devem estar mais arejados, com janelas abertas – em ambientes que ao menos tenham o recurso, já que a tendência antes da pandemia era, justamente, retirá-las –, menores ocupações de espaço ou a utilização de locais abertos em caso de reuniões com uma quantidade excessiva de pessoas.
“Após esse momento, muitas coisas terão de mudar. Além das rotinas de limpeza e mudança nos espaços, faremos a medição de temperatura para dar mais segurança aos funcionários que estarão no escritório”, diz Gabriela Duarte, gerente geral de Operações da Plug and Play Brasil, plataforma de inovação que vem fazendo mudanças no layout da empresa. De acordo com ela, a expectativa é reduzir em 50% a ocupação do escritório e de salas de reunião.
Modelos de trabalho
A demanda do momento para os empresários é a forma como os escritórios serão habitados, seja hoje ou em um futuro próximo. Para isso, parte dos donos de negócios aposta na rotatividade dos funcionários com o auxílio do home office, modelo de trabalho que deu certo durante a quarentena.
Em uma pesquisa realizada pela FIA e FEA/USP, sete em cada dez executivos aprovaram o trabalho remoto. “Esse resultado nos surpreendeu positivamente”, afirma o professor da FEA/USP e coordenador de cursos de gestão de recursos humanos da FIA, Andrade Fischer.
Mesmo assim, há déficits em relação à disponibilização de equipamentos por parte das empresas. Apenas 13% dos entrevistados tinham todos os materiais necessários, como notebook i5, mouse, pacotes de internet, entre outros, para realizar o trabalho de forma plena. Sendo assim, os empresários precisam sanar mais esse ponto e, assim, talvez seja possível ampliar a realização das atividades corporativas em casa.
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