Dicas para montar um planejamento financeiro de sucesso em 2022
Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que, em 2021, o endividamento das famílias brasileiras bateu recorde, de 70,9% – ante 66,5% em 2020. Isso significa que 7 em cada 10 famílias contraíram algum tipo de dívida com o sistema financeiro no ano passado, o maior aumento registrado nos últimos 11 anos, quando se iniciou a série histórica. Conforme o estudo, os fatores que influenciaram os indicadores de endividamento em 2021 foram a retomada do consumo associada ao crescimento da inflação.
As famílias que não desejam fazer parte dessa estatística em 2022, precisam de um planejamento financeiro que as ajude a passar por este ano da melhor forma possível, com ações que reduzam o comprometimento da renda com gastos, empréstimos e financiamentos e aumentem a capacidade de investir.
Nestes primeiros meses, marcados por despesas típicas do período, como IPVA e IPTU, ter uma reserva financeira de emergência se torna ainda mais essencial. Por isso, planejar bem o orçamento, saber quanto se gasta e quais são e quais são as despesas prioritárias e quais podem ser cortadas ou reduzidas, bem como qual a parcela da renda disponível, são exercícios fundamentais para iniciar a acumulação de recursos. Um bom planejamento financeiro passa principalmente pelo cálculo do peso das dívidas no orçamento. E é um importante incentivo para as famílias tirarem metas e sonhos do papel.
Para facilitar esse planejamento, as famílias podem seguir cinco dicas básicas, listadas a seguir:
Orçamento anual: é preciso fazer o levantamento dos possíveis ganhos e despesas no ano, e ver qual a estimativa de dinheiro comprometido e de potencial de reserva. Com um orçamento anual, pode-se ter um controle maior dos gastos e evitar cair em “armadilhas” que podem surgir ao se ficar restrito a um olhar de curto prazo, o famoso – e perigoso – “depois eu pago”.
Renegociação de dívidas: é necessário avaliar entre as dívidas contraídas se há margem para negociação; esse pode ser um meio para aumentar o poder de investimento no ano. Outro ponto importante é avaliar se os gastos com itens do cotidiano podem ser diminuídos, por exemplo: transporte, luz, gás, água (fazer um racionamento é bom para o bolso e para o meio ambiente), verificar se o pacote de TV por assinatura, internet e celular é o mais adequado, enfim colocar tudo na ponta do lápis para analisar possíveis economias. A soma de pequenos valores pode se transformar em um bom valor quando anualizamos estas economias.
Criar metas: traçar metas de conquistas de curto, médio e longo prazos é essencial para manter a fidelidade aos próprios investimentos e assim fomentar a disciplina. É essencial ver o que é possível atingir em um curto espaço de tempo, mas também não deixar de contemplar o futuro, pois o tempo é um grande aliado para quem tem um olhar de longo prazo.
Reserva financeira de emergência: todos sabem que é preciso guardar recursos para o futuro, para a aposentadoria e outros objetivos. Mas esse planejamento de nada adianta se não houver uma reserva financeira para as emergências. Assim, em qualquer susto, não se retira o foco do longo prazo para o dinheiro que é para o amanhã. Além disso, é fundamental realizar sonhos, então, uma reserva de curto prazo para objetivos como viagens, um curso, compra de um eletrodoméstico, troca do carro, são essenciais para usar também o dinheiro para o que tanto se espera.
Para o futuro: é relevante pesquisar instituições sólidas e confiáveis e avaliar contratar uma previdência privada. Ela pode ser um caminho benéfico, já que conta com vantagens tributárias, incentiva a disciplina (pelos aportes mensais) e oferece a oportunidade de diversificar o investimento de acordo com o perfil do investidor, momento de vida e objetivo. E, na previdência, no momento de usar o dinheiro, o titular conta com diferentes opções, e pode escolher o modelo que mais adequado para realizar os próprios sonhos.
Além dessas dicas, é importante que as famílias aproveitem iniciativas pontuais oferecidas pelo mercado de renegociação de dívidas, contratação de financiamentos, ofertas de crédito nas modalidades pessoal, consignado e com garantias.
Quando se segue orientações disponibilizadas por especialistas certificados, as chances de o planejamento financeiro ter sucesso são maiores.
Por: Jorge Thompson, superintendente executivo da Rede SP Metropolitana do Santander