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Brasil deve retornar com o horário de verão?

O assunto sempre gera polêmicas. Mas, afinal, será que o horário de verão vai voltar?

Quando chega o verão e o calor, dois assuntos não passam em branco. O primeiro, é a necessidade e o conforto trazido pelos aparelhos de refrigeração. O segundo é o sempre polêmico horário de verão.

A prática, que consiste em adiantar os relógios uma hora durante os meses de primavera e verão, tem como principal objetivo economizar energia em regiões que recebem mais luz nestes períodos do ano. Em 2019, o governo federal acabou com o chamado horário de verão no Brasil, que vigorava no país desde 1985.

Recentemente, o Ministério de Minas e Energia emitiu nota oficial com esclarecimentos a respeito da extinção do horário de verão, bem como da realização de novos estudos visando contextualizar a situação hidroenergética atual e a viabilidade de retorno do horário de verão.

Repercussões do fim do horário de verão

Em 2019, quando houve a extinção do horário de verão, surgiram muitas polêmicas e discussões a respeito do assunto. O Ministério de Minas e Energia afirma que o encerramento do horário de verão foi uma decisão baseada em estudos do Ministério de Minas e Energia, apoiado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

De acordo com esses estudos, o horário de verão deixou de produzir os resultados esperados em termos de redução de gastos com energia elétrica, motivo pelo qual perdeu o sentido de existir.

As vantagens e desvantagens do horário de verão

O horário de verão foi criado com o propósito de contribuir para a redução de gastos com energia elétrica. De acordo com os estudos realizados pelo MME, esse benefício já não se aplica na prática, pois o pico de consumo de energia acontece por volta das 15:00 e não mais no final do dia.

Veja o que o Ministério cita quanto o assunto é redução do gasto energético após as 18h: “Especificamente para o enfrentamento da atual conjuntura hidroenergética, o MME solicitou novos estudos sobre o horário de verão ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Segundo o Operador, não foi identificada economia significativa de energia, pois a redução observada no horário de maior consumo, ou seja, das 18h às 21h, é compensada pelo aumento da demanda em outros períodos do dia, especialmente no início da manhã.

Além disso, pelas prospecções realizadas pelo ONS, não haveria impacto sobre o atendimento da potência, pois o horário de verão não afeta o consumo no período da tarde, quando se observa a maior demanda do dia.”

Mas, além disso, o horário de verão acabou se tornando também uma razão para que as pessoas aproveitassem o final do dia realizando mais atividades ao ar livre e até mesmo estimulando o consumo em comércios e bares.

Não é por acaso que entidades como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Confederação Nacional de Turismo (CNTur), Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), e Associação Brasileira de Supermercados (Abras), iniciaram um movimento pela volta do horário de verão. 

Há também algumas desvantagens, como a dificuldade de adaptação do horário, mudanças no ciclo agropecuário e o aumento nas diferenças entre o fuso horário do Brasil e de outros países mundo afora.

Perspectivas de retorno no horário de verão no Brasil

Atualmente o Brasil vive uma crise energética com a escassez das chuvas, que acaba provocando o esvaziamento de reservatórios e hidrelétricas que geram energia elétrica.

Entretanto, o que o Ministério de Minas e Energia aponta em sua última nota oficial sobre o assunto é que “considerando análises técnicas devidamente fundamentadas, o MME entende não haver benefício na aplicação do horário de verão e que as medidas tomadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG) têm se mostrado suficientes para garantir o fornecimento de energia elétrica ao SIN na transição do período seco para o período úmido.”

Ou seja, a retomada do horário de verão não contribuiria para a redução do gasto com energia elétrica no país. Há quem defenda que, em um cenário de dificuldade de geração de energia e risco de cortes, todo benefício, por menor que seja, poderá contribuir de alguma forma.

No entanto, até o momento e considerando o contexto atual do governo acredita-se que o horário de verão não deve retornar. Porém, mudanças na gestão podem influenciar esse tema, contribuindo para que a discussão seja retomada e, eventualmente, se retome a prática de adiantar os relógios em uma hora.

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