Cidadania

ONU Mulheres e empresas de tecnologia unem forças para combater violência doméstica

Mesmo antes da crise de COVID-19, a violência de gênero, uma violação grave de direitos humanos, afetava uma em cada três mulheres em todo o mundo. Dados recentes mostram um aumento dos relatos de violência doméstica desde o início do distanciamento social decorrente da pandemia.

Mesmo antes da pandemia da COVID-19, a violência contra mulheres e meninas, uma violação grave de direitos humanos, impactava uma em cada três mulheres em todo o mundo. Dados recentes de vários países já mostram um aumento no relato de violência doméstica por meio de serviços de apoio, desde o início dos distanciamentos e isolamentos sociais decorrentes da COVID-19. Como os países agora enfrentam crises econômicas, escassez de serviços e altos níveis de estresse, muitas mulheres ficam presas em isolamento com parceiros abusivos, sem acesso às informações e serviços de apoio de que precisam.

Para combater esse aumento alarmante, os escritórios da ONU Mulheres em todo o mundo firmam parceria com gigantes da tecnologia – como Google, Twitter e Facebook – para fornecer informações importantes sobre serviços de apoio para sobreviventes de violência doméstica.

O Google forneceu o Ad Grants à ONU Mulheres, no valor de US$ 1 milhão, por meio do “Programa de Alívio à Crise do Ad Grants” para promover o conteúdo da COVID-19 e a igualdade de gênero em 2020, incluindo recursos para acabar com a violência contra as mulheres e para enfrentar o aumento alarmante de violência doméstica em todo o mundo.

O Google também incluiu a ONU Mulheres na seção principal sobre o tema através de seu hub de informações COVID-19 nos EUA e, posteriormente, expandirá para outros idiomas e países.

O Facebook está disponibilizando recursos para sobreviventes de violência doméstica de maneira fácil e rápida por meio de sua plataforma. A ONU Mulheres e seus 62 escritórios nacionais em conjunto com outros parceiros – como a Rede Nacional para Acabar com a Violência Doméstica e a Rede Global de Abrigos para Mulheres – contribuíram para a criação de um repositório de linha de ajuda no Facebook.

Outras informações e recursos incluem dicas sobre como reconhecer os sinais de abuso doméstico, como ajudar alguém que você suspeita estar sofrendo violência doméstica e como manter-se segura. Esses recursos estarão disponíveis em todo o mundo e serão destacados estrategicamente na plataforma, por exemplo, no Centro de Informações COVID-19 e em grupos do Facebook.

ONU Mulheres

A diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, afirmou que para as milhões de mulheres que estão nessas circunstâncias desesperadoras, obter informações precisas sobre abrigos e serviços de apoio locais pode fazer toda a diferença.

“Pode ser difícil descobrir onde obter ajuda e manter essa pesquisa privada, especialmente quando sob controle rígido de um parceiro abusivo. Realmente apreciamos o enorme impulso à acessibilidade que essa colaboração traz, facilitando o acesso das mulheres que procuram ajuda para que as encontrem com segurança”, explicou a diretora-executiva.

Na região da Ásia e do Pacífico, onde 2 em cada 3 mulheres relataram experiências de violência antes mesmo do início dos distanciamentos e isolamentos socias da COVID-19, uma parceria com o Twitter está fornecendo números de serviços de apoio para suporte acelerado. Quando um usuário ou usuária do Twitter procura termos associados à violência contra mulheres (como “abuso”, “agressão sexual”, “violência doméstica”, etc), o principal resultado da pesquisa será uma notificação no idioma local: “Se você estiver sofrendo violência, a ajuda está disponível”, seguida por um número de linha direta e pelo identificador do Twitter deste serviço.

O Twitter, com o apoio da ONU Mulheres, está lançando essas notificações na Tailândia, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul e Vietnã como parte da campanha #ThereIsHelp do Twitter.

De acordo com a gerente regional de Eliminação da Violência a contra as Mulheres da ONU Mulheres na Ásia-Pacífico, Melissa Alvarado, a violência contra mulheres e meninas na Ásia-Pacífico é generalizada, e, ao mesmo tempo, amplamente subnotificada.

Violência doméstica

Foto: Bianca Salgado / Pexels

“Menos de quatro em cada dez mulheres que sofrem essa violência realmente denunciam esses crimes ou procuram ajuda de qualquer tipo. Como os bloqueios e as ordens de permanência em casa estão sendo prolongados por países ao redor do mundo para conter a disseminação da COVID-19, as mulheres com parceiros violentos crescem cada vez mais isoladas das pessoas e dos recursos que podem ajudá-las. Conectar mulheres que estão com medo ou em perigo é fundamental para sua segurança”, afirmou a gerente regional.

Como parte da campanha #ThereIsHelp, os usuários e as usuárias do Twitter também são incentivadas a enviar mensagens de suporte e informar entre si que os serviços estão abertos e disponíveis para apoiar as mulheres que vivenciam violência.

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