Qual é a diferença entre surdos e deficientes auditivos?
Compreender a diferença entre surdos e deficientes auditivos é essencial para promover a inclusão e o respeito. Embora as palavras “surdo” e “deficiente auditivo” sejam usadas de maneira intercambiável em alguns contextos, cada termo tem um significado único, envolvendo aspectos médicos, sociais e culturais.
Além disso, entender essas diferenças ajuda a evitar equívocos, cria pontes de comunicação mais eficientes e promove uma convivência mais harmoniosa. Neste artigo exploraremos a diferença entre os termos e abordaremos como e quando usar aparelho auditivo!
O que é a surdez?
A surdez é uma condição caracterizada pela perda total ou quase total da capacidade de ouvir. Isso significa que, mesmo com o uso de aparelhos para surdez, auditivos ou outras tecnologias, a pessoa não consegue captar sons de maneira suficiente para compreender a fala ou o ambiente ao redor.
Surdez e identidade cultural
Para muitas pessoas surdas, a surdez não é vista apenas como uma condição médica, mas como parte de sua identidade cultural. A comunidade surda é uma comunidade linguística, que tem a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como um elemento central.
A Libras não é apenas uma ferramenta de comunicação, mas também um símbolo de pertencimento e uma forma de expressão cultural. Por isso, muitas pessoas surdas preferem ser identificadas como surdas, sem que isso esteja associado a uma deficiência.
Surdez pode ser adquirida?
Sim. A surdez pode ser congênita, ou seja, presente desde o nascimento, ou adquirida ao longo da vida. Entre as causas mais comuns da surdez adquirida estão:
- Infecções graves, como meningite;
- Lesões na cabeça;
- Exposição a ruídos intensos sem proteção;
- Envelhecimento (presbiacusia).
O que é deficiência auditiva?
A deficiência auditiva é um termo mais amplo, que engloba diferentes graus de perda auditiva, desde leve até profunda. Ao contrário da surdez, pessoas com deficiência auditiva conseguem perceber sons, embora possam ter dificuldades em identificar palavras ou sons mais sutis.
Os graus da deficiência auditiva
- Leve — dificuldade para ouvir sons baixos ou distantes;
- Moderada — dificuldade para entender falas normais sem amplificação;
- Severa — apenas sons altos podem ser percebidos;
- Profunda — dificuldade extrema para ouvir, mesmo sons muito altos.
A principal diferença está no nível de funcionalidade auditiva. Pessoas com deficiência auditiva frequentemente utilizam aparelhos auditivos ou implantes cocleares para melhorar sua audição e se comunicam predominantemente por meio da fala.
Já pessoas surdas preferem geralmente a Libras como principal meio de comunicação e podem não utilizar dispositivos auditivos devido à baixa eficácia no seu caso.
Quando e como utilizar aparelhos auditivos?
Os aparelhos auditivos são aliados valiosos para quem possui perda auditiva, mas saber o momento certo de usá-los é fundamental. Se você ou alguém próximo percebe sinais como:
- Dificuldade para entender conversas em ambientes ruidosos;
- Necessidade de aumentar o volume da TV frequentemente;
- Sensação de isolamento ou dificuldade em interagir socialmente.
Esses são indícios de que pode haver algum grau de perda auditiva. A consulta com um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo é o primeiro passo.
Tipos de aparelhos auditivos
- Retroauriculares (BTE) – ficam atrás da orelha e são indicados para diferentes graus de perda auditiva;
- Intra-auriculares (ITE) — pposicionados dentro do ouvido, são mais discretos, mas funcionam melhor em casos de perda leve a moderada;
- Implantes cocleares — usados por pessoas com perda auditiva severa a profunda, estimulam diretamente o nervo auditivo.
Aspectos sociais e culturais entre surdos e deficientes auditivos
As diferenças entre surdos e deficientes auditivos vão além dos aspectos técnicos e médicos; elas incluem questões sociais e culturais.
A comunidade surda
A comunidade surda é um grupo cultural rico e diverso. Além da Libras, há tradições, eventos e expressões artísticas específicas. Essa comunidade luta pelo reconhecimento de seus direitos e pela inclusão, especialmente no acesso à educação bilíngue.
Pessoas com deficiência auditiva
Pessoas com deficiência auditiva muitas vezes têm uma relação mais próxima com o mundo sonoro. Elas podem optar pelo uso de tecnologias auditivas e pela comunicação oral. No entanto, também enfrentam desafios, como a falta de acessibilidade em espaços públicos ou no ambiente de trabalho.
Dicas para comunicação eficiente com pessoas com perda auditiva
Comunicar-se de forma eficaz com pessoas que têm perda auditiva é essencial para garantir que elas se sintam incluídas e compreendidas. Pequenas adaptações na maneira como falamos e ouvimos podem fazer uma grande diferença na qualidade das interações.
A comunicação inclusiva é essencial para garantir que todos se sintam valorizados e compreendidos.
Dicas para falar com surdos que utilizam Libras
- Certifique-se de que a pessoa pode ver seu rosto claramente;
- Use gestos naturais para complementar sua fala;
- Aprenda expressões básicas em Libras para se comunicar com mais facilidade.
Dicas para falar com deficientes auditivos
- Fale devagar e com clareza, mas sem exageros;
- Evite cobrir a boca enquanto fala, pois isso dificulta a leitura labial;
- Utilize recursos visuais, como escrever mensagens ou usar aplicativos de transcrição.
Criando ambientes mais acessíveis
Seja em casa, no trabalho ou em locais públicos, pequenos ajustes podem fazer a diferença:
- Instale campainhas e alarmes com luzes;
- Prefira reuniões em locais silenciosos;
- Disponibilize intérpretes de Libras em eventos importantes.
Conclusão
A diferença entre surdos e deficientes auditivos vai além do grau de perda auditiva: ela abrange identidades culturais, formas de comunicação e desafios únicos.
Compreender essas nuances é fundamental para construir uma sociedade mais inclusiva e empática.
Seja aprendendo Libras, ajustando sua comunicação ou apoiando políticas públicas de inclusão, cada ação conta.
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Imagem de williamsje1 por Pixabay