Banco central japonês anuncia apoio à nova política monetária de Suga
O banco central do Japão vai monitorar não apenas as tendências de inflação mas também o crescimento do emprego ao guiar a política monetária, disse seu presidente, Haruhiko Kuroda, sinalizando a prontidão do Bando do Japão para aumentar o estímulo se as perdas de emprego devido à crise do novo coronavírus aumentarem o risco de deflação.
Com o impacto imediato da pandemia diminuindo, o banco central manteve a política monetária nesta quinta-feira (17) e melhorou sua visão sobre a economia para dizer que ela está começando a acelerar.
Haruhiko Kuroda
Mas Kuroda afirmou que o Banco do Japão vai trabalhar de perto com o governo do novo primeiro-ministro, Yoshihide Suga, para proteger a economia da pandemia, inclusive afrouxando mais a política monetária.
Yoshihide Suga
A declaração ecoa a de Suga, que foi oficialmente eleito premiê na quarta-feira, de que proteger os empregos é a principal prioridade de seu governo.
“Nosso principal objetivo é nossa meta de inflação. Mas obviamente também estamos nos esforçando para alcançar crescimento econômico saudável, incluindo condições de emprego”, disse Kuroda em entrevista à imprensa.
“Só porque a inflação não está se mexendo muito isso não significa que não adotaremos medidas monetárias adicionais. Vamos, claro, considerar medidas adicionais de afrouxamento se fatores como emprego e demanda afetarem os movimentos de preços negativamente”, disse ele.
As declarações de Kuroda também foram feitas depois da recente promessa do Federal Reserve de fazer mais para criar empregos e seu compromisso na quarta-feira de manter a taxa de juros perto de zero até que a inflação esteja a caminho de superar a meta de 2%.
“O que está mais preocupando do Banco de Japão tem que ser as perspectivas de um afrouxamento prolongado pelo Fed, o que vai exercer pressão de baixa sobre o dólar, fazendo o iene subir”, disse Masaki Kuwahara, economista sênior do Nomura Securities.
Como esperado, o Banco do Japão manteve a meta para a taxa de juros de curto de -0,1% e a promessa de limitar os rendimentos dos títulos de 10 anos em torno de zero. O banco central também não fez alterações em seus esquemas de compra de ativos e empréstimo para aliviar o aperto no financiamento corporativo.
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