Economia

Nove em cada dez pessoas já consideraram tomar crédito em algum momento

Cartão de crédito e empréstimo pessoal são as modalidades mais utilizadas pelos brasileiros

Um conserto de última hora no carro, a compra de uma mala para viajar, o reparo de uma infiltração na parede, a aquisição de roupas novas e até mesmo o pagamento do mercado: para tudo isso é preciso ter dinheiro, caso contrário é necessário buscar alguma alternativa.

Muitos brasileiros consideram tomar crédito em algum momento da vida. Como revela uma pesquisa, nove em cada dez pessoas já cogitaram apelar para um cartão de crédito com juros baixos ou ainda para um empréstimo pessoal para quitar sua dívida.

O problema é que o mau uso dessas modalidades pode agravar ainda mais a situação financeira do indivíduo que pode passar de endividado, isto é, com contas em aberto, para inadimplente, que não conseguiu pagar as dívidas até a data limite estabelecida pelo cobrador.

Busca por crédito está ligada a dívidas e despesas inesperadas

De acordo com a pesquisa, 52% dos entrevistados disseram optar pelo cartão de crédito, enquanto 42% cogitaram pelo empréstimo pessoal. O valor médio de ambas as modalidades gira em torno dos R$ 5 mil, e o pagamento costuma ser feito por meio do parcelamento em até 12 vezes no cartão e 36 no empréstimo pessoal.

As principais motivações por trás do uso do pedido de crédito são a quitação de uma dívida já existente, de contas domésticas e de alguma despesa inesperada. Para o cartão, isso representa, respectivamente, 26%, 25% e 25% dos entrevistados, enquanto no empréstimo, 40%, 29% e 30%.

Um fator determinante para as diferentes modalidades de crédito é a chamada taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Quando ela está alta, os juros das operações de crédito também aumentam, o que dificulta a vida de quem precisa manter as contas em dia.

Atualmente, a taxa Selic está em 12,75%, uma redução de 0,5% frente aos 13,25% de agosto de 2023 e de 1% em relação aos 13,75% estabelecidos pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que vinham sendo mantidos desde agosto de 2020.

Evitar o endividamento é tarefa necessária

Uma das diferenças mais evidentes entre o empréstimo pessoal e o cartão de crédito é a taxa de juros. Enquanto o primeiro costuma ter taxas menores, o segundo pode chegar ao patamar de 300% ao ano. Mas por que então a maioria das pessoas prefere usar o cartão? A resposta está na maior facilidade de uso.

Contudo, evitar o endividamento e, consequentemente, a inadimplência é algo que precisa ser colocado em prática, até porque a dívida tende a ganhar proporções ainda maiores quando não é quitada na data limite. Uma dica nesse sentido é priorizar o pagamento do cartão de crédito por conta dos juros altos.

O limite do cartão deve ser estabelecido de acordo com a renda mensal do indivíduo, pois isso impede que compras desnecessárias sejam realizadas, gerando futuros impactos na situação financeira. No caso de alguma emergência, você pode entrar em contato com a central do cartão para aumentar o limite.

Entenda que o cartão de crédito é nada menos que um dinheiro que você pega emprestado, mas que precisa pagar conforme a data estabelecida, caso contrário a dívida só irá aumentar. Nesse sentido, é interessante ter somente o mínimo de cartões possível, como um ou dois (caso você receba mais de uma vez ao mês).

Vale lembrar que, em algumas situações, é possível negociar com a sua operadora o tipo de cartão que será usado e as taxas embutidas nele. Por exemplo, não faz sentido pagar anuidade de cartão internacional se você não viaja para fora; tampouco de taxas com TED e DOC se você não utiliza esses serviços.

Imagem de jcomp no Freepik

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