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Tie dye volta a ser tendência durante a quarentena

Dos anos 60 para 2020: técnica hippie de customizar roupas em casa retorna com força 

“Amarrar e tingir” – tradução direta do inglês – descreve o método de customizar uma peça no melhor modo DIY (faça você mesmo). Sem se apegar à perfeição, a proposta do tie dye é justamente brincar com os formatos coloridos que se criam aleatoriamente no tecido.

Para muita pessoas, a fase da quarentena tem trazido oportunidades de aprender coisas novas, ou se dedicar às antigas. Com mais tempo dentro de casa, atividades relacionadas a trabalhos manuais e imaginativos ganham espaço na nova rotina. 

Dias iguais, roupas iguais?

Sem sair de casa, é natural que a preocupação do look seja mais com o conforto, o que pode levar à monotonia com o passar do tempo. Isto porque as peças mais velhas são as que acabam saindo da gaveta com mais frequência – as desbotadas e sem graça. Além disso, a repetição da peça no dia seguinte é comum estando em casa.

Para quem tinha o costume de olhar vitrines e adorava estrear uma roupa nova, revisitar o próprio armário pode ser interessante, além de ser uma alternativa barata e sem exposição a locais públicos. Sempre tem algo esquecido e sem uso que pode ganhar uma cara nova com um pouco de criatividade. 

O tie dye é assim: traz cores e formatos imprevisíveis, criando peças únicas – uma pequena “extravagância” em estampa para dias monótonos.

O resgate na moda

Junto ao tie dye, outros itens ressurgiram dos anos da psicodelia: blusa ciganinha, que deixa os ombros e o colo à mostra, babados e cores vibrantes, do jeito que o verão pede.

Não é coincidência que o cenário político da época se assemelha ao atual. A moda acompanha a História. Talvez por isso a estética setentista tenha voltado com tudo, tanto nos desfiles, quanto nas ruas ou redes sociais.

Tie dye de grife

A técnica de reformar a roupa para reuso flerta com o consumo consciente, um assunto bastante em pauta, principalmente em meio à crise econômica. O custo para transformar a roupa é baixo e não precisa de muitos materiais para fazer.

Apesar desta origem popular, novas marcas surgem especializadas na estampa, e grifes famosas já fazem suas versões em maior escala para as passarelas. Nas coleções primavera/verão 2020/2021, estilistas mostram que o tingimento descontraído vai bem com a alta-costura também.

Tecidos encorpados e estruturados mergulham nas cores e levam irreverência às peças. Blazer, saias retas, calças de cintura alta e alfaiataria ganham humor, leveza, sem perder a elegância.

Os acessórios também entram na lista e ganham a customização tendência da vez. Bolsas, lenços, sapatos e, o mais inusitado, itens de decor com tie dye. Para além das cangas na praia, poltronas, cortinas, tapetes, almofadas e o que mais a ousadia permitir se renovam com o método.

Foto: Divulgação

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