Turismo

Meu escritório é na praia: cidades turísticas viram locais de trabalho

Saiba porque algumas cidades turísticas têm virado opção de escritório para alguns profissionais.

Devido à crise sanitária e o trabalho remoto em alta, muitos procuram os litorais ou os municípios do interior para trabalhar. Afinal, a situação atual é uma ótima oportunidade para unir o útil ao agradável, visto que, ao mesmo tempo em que se trabalha, é possível curtir a natureza.

Com isso, a economia dessas cidades têm sido estimulada. Hotéis de luxo e resorts, como o Costa do Sauípe, que trabalham com o sistema all-inclusive, têm aberto seus espaços para receber esses trabalhadores e, para isso, investiram na qualidade da internet.

Inclusive, empresas de telefonia, prefeituras e até aplicativos de delivery estão investindo para atrair os “profissionais digitais”, como estão sendo chamados esses turistas.

Cidades mais procuradas pelos turistas digitais

A seguir, veja duas das cidades turísticas mais procuradas pelos trabalhadores remotos.

1. Ilhabela

Localizado no litoral norte do estado de São Paulo, o município de Ilhabela recebe muitos turistas que procuram fugir da cidade grande para o trabalho home office.

Segundo o prefeito Toninho Colucci, “a cidade só tem o turismo para manter a economia girando. E quando percebeu que havia esse potencial, resolveu investir, procurando várias empresas de telefonia para melhorar a qualidade da internet”.

A prefeitura até abriu uma campanha, em que investiu R$ 1 milhão, convidando as pessoas a irem “trabalhar no paraíso”, com a garantia de uma internet de alta qualidade.

2. Camaçari

Camaçari é um município da Bahia, situado a 50 km da capital Salvador. Segundo a subsecretária de turismo da cidade, Lúcia Bichara, “garantir o acesso a uma internet boa e estável foi o primeiro passo para atrair esse público (que trabalha em home office)”.

Preferência de alojamento vai de pousadas à mansões

A maioria dos profissionais que não têm casa  de campo ou de praia, se programam para arcar com hospedagens em pousadas e casas de aluguel por temporada. Inclusive, alguns se adaptam tão bem à ideia de trabalhar próximo à natureza que acabam ficando de vez.

De acordo com o dono da AirConcierge Brasil (empresa que administra o aluguel de temporada de 200 propriedades de alto padrão no interior e litoral de São Paulo pelo Airbnb), Celso Pinto, essas mansões, chegam a “bagatela” de R$ 7 mil por diária.

Ainda segundo o dono da AirConcierge, antes da pandemia, o aluguel era feito para grupos familiares em fins de semana e feriados. Hoje, executivos de alto poder aquisitivo de cidades grandes alugam e ficam por muitos meses.

Alguns também acabam fazendo uma oferta de compra. Celso afirma que já vendeu ao menos cinco imóveis dessa maneira.

Home office muda movimentação da alta temporada

A movimentação da alta temporada de muitas cidades tem crescido bastante devido aos novos turistas digitais.

Segundo o dono da rede de supermercados Preço Bom da cidade de Trancoso, distrito do município de Porto Seguro, situado no litoral do estado da Bahia, os meses de abril, maio e junho sempre foram os piores, mas agora é diferente.

“Agora, é só uísque, champanhe, azeite caro e muçarela de búfala. Tivemos até de aumentar o mix de produtos para atender esse novo consumidor, que é mais exigente. E as vendas estão semelhantes às de um período pré-verão”, diz ele, que tem três lojas e abriu uma quarta em Caraíva, na mesma região. “E o movimento nessa nova loja está surpreendendo positivamente.”

Lugares mais no interior do Brasil como Alto Paraíso em Goiás, na Chapada dos Veadeiros, que nesta época do ano costumava ficar bem vazio, desde o início da crise sanitária ganhou um ritmo diferente, bem mais acelerado com a chegada dos “migrantes digitais”.

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