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Crea-SP e governo do Estado traçam estratégias para revitalização dos centros paulistas

Fórum de Habitação e Desenvolvimento Urbano: SP no Centro reúne cerca de 500 pessoas em evento híbrido

Os principais desafios dos centros paulistas foram pautas do Fórum de Habitação e Desenvolvimento Urbano: SP no Centro, que lotou o auditório da sede do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), na Avenida Angélica, nesta terça-feira (27/06). Organizado pelo Crea-SP, em conjuntocom o Governo do Estado por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, o evento contou com mais de 500 participantes, presencial e on-line via transmissão pela TV Crea-SP, canal no YouTube.

Ao todo, estiveram presentes mais de 60 municípios, representados por profissionais da área tecnológica e gestores públicos que participaram do encontro, todos com um só objetivo: debater soluções para a revitalização das áreas centrais das cidades paulistas para oferecer mais qualidade de vida à população.
 

“Nosso propósito é fazer com que o Crea-SP, que abrange 350 mil profissionais com diferentes expertises e 95 mil empresas registradas, seja uma ferramenta de conexão e suporte técnico ao Poder Público para a execução de bons projetos que solucionem os problemas dos centros paulistas. Somente por meio da união entre os poderes e o conhecimento da área tecnológica é que poderemos promover mudanças na vida das pessoas”, enfatizou o presidente do Crea-SP, Eng. Vinicius Marchese.
 

Sobre a iniciativa, o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Estado, Adm. Marcelo Branco, enalteceu a parceria com o Conselho, e disse que a proposta de sua gestão é transformar as regiões centrais em ‘microcidades’, com todos os serviços ao alcance da população. “O debate junto com o Crea-SP é de extrema importância para levantarmos todas as necessidades e novos projetos, que atendam tanto os centros da capital quanto as cidades do interior, promovendo a requalificação dessas áreas. Esse é o primeiro passo para a reurbanização do Estado, oferecer não somente mais habitações sociais, mas também infraestrutura e atendimento completo para que as pessoas não dependam de outros bairros e não vivam mais nas ruas”, afirmou o secretário.
 

Iniciando os painéis, a coordenadora de Relações Institucionais do Governo do Estado, Sociol. Gleuda Simone Apolinário, lembrou que os problemas com a população em situação de rua, não serão solucionados somente com revitalização estrutural em mais moradias, mas também social. “Para resolver, não temos que somente retirar as pessoas das ruas, mas incluí-las na sociedade novamente. A maioria delas saiu de casa por questões emocionais, portanto, o resgate não deve ser exclusivamente oferecendo teto e condições econômicas, mas de amparo psicológico e uma readaptação de vida”, frisou.
 

Nesse intuito, o subprefeito da Sé, Coronel Álvaro Batista Camilo, acrescentou que as condições do ambiente também influenciam no aumento de pessoas no ordenamento dos centros. “Nosso primeiro foco é acolher as pessoas e em seguida ordenar a cidade. No entanto, percebemos que quando o ambiente é sadio, é bom para todos, mas quando ele é degradado, propicia o aumento de crimes. Portanto, precisamos de uma reorganização urbana nos espaços públicos”, argumentou Camilo.
 

Já sobre as invasões em imóveis e as ações de reintegrações de posse, a juíza de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, Adv. Ana Rita Nery, que tem mediado reuniões do Grupo de Apoio às Ordens Judiciais de Reintegração de Posse (Gaorp), disse que os acordos entre as famílias moradoras e os proprietários dos imóveis nem sempre resultam em manutenção delas nos locais, sendo necessário que algumas sejam removidas de onde moram e direcionadas a programas governamentais. “Já atendemos 3 mil famílias, totalizando cerca de 10 mil pessoas afetadas por reintegrações de posse em todo o Estado. Não queremos que a cada semestre, em razões às ações judiciais, famílias fiquem desalojadas, pois nem sempre a tipologia dos abrigos atende todos os grupos, por isso a importância da adaptação de novos espaços de acordo com as necessidades dessas famílias”, comentou Nery.
 

Ações do Crea-SP pelo desenvolvimento do Estado

Em fevereiro deste ano, o presidente do Conselho, Eng. Vinicius Marchese, entregou um relatório sobre o sistema logístico do Estado de São Paulo ao governador Eng. Tarcísio de Freitas (Republicanos). O estudo apresenta os principais gargalos da infraestrutura nos municípios paulistas e soluções alternativas para resolver as principais questões de transportes de carga e de pessoas no Estado. Para conhecer o relatório do Crea-SP na íntegra, acesse o link.
 

Além do levantamento, o Conselho tem promovido uma série de debates regionais para a construção de cidades inteligentes durante as etapas do Colégio de Inspetores do Crea-SP. A etapa final acontece no encontro estadual nos dias 4 e 5 de agosto, no Blue Med Convention Center, em Santos (SP), onde serão apresentados relatórios técnicos com as soluções para cidades inteligentes. O diagnóstico será entregue aos gestores municipais.
 

Crea-SP

Sobre o Crea-SP - Instalada há 89 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 350 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas. 

Foto:Divulgação
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