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Incongruências do mercado: vendas de tablets caem durante a pandemia, mas aumentam de receita

Motivação de compra e definição dos modelos foram responsáveis por condição atípica

A pandemia trouxe uma série de mudanças nos hábitos dos brasileiros. Em especial, com relação à tecnologia, o salto foi alto: até mesmo quem não tinha o hábito de estar conectado às telas acabou se vendo em frente a uma. Essa movimentação também fez crescer o mercado de notebooks, consoles de videogames e tablets durante a pandemia.

Especificamente falando sobre os tablets, o mercado se comportou de uma forma não muito usual: as vendas do produto caíram, mas a receita gerada por esses produtos aumentou, de acordo com os dados da IDC Brasil. A pesquisa mostra que houve uma queda de comercialização de 12,7% em relação a 2019. A receita, entretanto, cresceu em 28,7%, o que resultou em R$ 2,3 bilhões.

Motivação impulsionada por mudanças de consumo

Pode parecer estranho que a receita tenha aumentado mesmo que a comercialização tenha  obtido queda em 2020, mas a explicação para isso é mais simples do que parece. Acontece que menos pessoas optaram pela compra de tablets durante a pandemia, algo que ocorreu também pela crise econômica do país e a perda de renda durante a pandemia. Afinal, o tablet não é essencial à maioria das pessoas, então era previsível que sua comercialização caísse.

O novo movimento, na verdade, veio de quem já era consumidor da categoria: usuários de tablet tiveram uma mudança de hábitos durante a pandemia e passaram a investir em modelos mais avançados – e, portanto, também mais caros. Por causa desta ação, a receita subiu.

Essa mudança nos modelos dos tablets também tem muita relação com os próprios momentos da pandemia, seja para ter maior capacidade de processamento e armazenamento, ou para trazer praticidades que modelos mais antigos não traziam. Entre os adolescentes, universitários e concursistas, houve aumento no consumo da tecnologia. Muitos estudantes utilizam tablets para estudar – agora, ainda mais, por causa do EAD –, e há relatos da compra motivada para estudar para os concursos 2021.

Outro movimento que não veio exatamente por causa da pandemia, mas acabou sendo mais presente em 2020, foi a compra da ferramenta pela comunidade artística. Inúmeros ilustradores digitais têm trocado as mesas digitalizadoras por tablets, tanto pela comodidade de usar aplicativos exclusivos, como pela simplicidade de usar um único recurso. Em geral, os ilustradores usam a mesa digitalizadora e a caneta em conjunto com um computador. Nos tablets, é necessário apenas o uso da caneta.

Foto: Divulgação

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